É preciso reconhecer que o Brasil apaixonou-se pelo desastre. Se os
últimos acontecimentos indicam alguma coisa é que essa paixão nacional
pelo insolúvel é plenamente correspondida. O último privilégio da nação é
poder formular sua própria receita para o caos. Do jeito que vão as
coisas e as pessoas, a expectativa é fúnebre. Organiza-se o funeral da
sensatez. Depois, todos se culparão mutuamente pela sua morte. Mas o
estrago estará feito.
A convulsão que toma as redes sociais, nos choques de ódio,
transborda para a praça. Condenado a 12 anos de cana, Lula está no
palanque, não na cadeia. Inelegível, fantasia-se de candidato. Suas
manifestações são cada vez mais desconexas. No Sul, entrega-se à rotina
de percorrer plateias companheiras. Mas elas são cada vez menores. E
passaram a ser perseguidas por milicianos travestidos de opositores.
Jogaram pedras. Arremessaram ovos. Dispararam três tiros contra um par de ônibus da caravana —um levava jornalistas. Outro, convidados.
A presidente do PT, Gleisi ‘vai ter que matar gente’
Hoffmann, ergueu a voz: “É um atentado, foi uma emboscada, é tiro.
Querem matar o presidente Lula.” Ao lado de Gleisi, o próprio Lula.
Atrás, o companheiro Stédile, personagem que o pajé do PT evoca sempre
que deseja informar que sua infantaria inclui o “exército” do MST.
O pedaço do movimento anti-Lula que não se esconde no mato para
puxar o gatilho exibe em manifestações barulhentas uma simpatia
irrefreável por Jair Bolsonaro. Alguns desses rivais levam à vitrine um
paradoxo: caminham para as urnas enrolados numa bandeira metafórica da
volta dos militares. É a turma da “direita já”. A esse ponto
chegou a polarização nacional: Lula e Bolsonaro tornaram-se cabos
eleitorais um do outro. E o eleitor brasileiro aproxima-se do dia da
eleição enxergando um enorme passado pela frente. A preferência de
metade do eleitorado oscila entre um condenado por corrupção e um
defensor da “bancada da metralhadora” no Congresso. [há diferenças:
o condenado por corrupção em outubro estará preso e já é inelegível;
já o presidente que vai moralizar o Brasil só suscita uma dúvida: ganha já no primeiro turno ou precisará do segundo?]
Alguém já disse que a civilização é o que sobra para ser desenterrado
mil anos depois. Quando os arqueólogos desencavarem o que restou do
Brasil, encontrarão os sinais de uma sociedade doente. Nela, denunciado
por corrupção disputa a reeleição, reforma ministerial vira troca de
cúmplices, autoridades assassinam na internet a reputação de uma
vereadora fuzilada…
Nessa sociedade em ruínas, magistrados supremos sofrem ameaças,
corruptos trafegam livremente sob a marquise do foro privilegiado e o
Supremo Tribunal Federal, além de não condenar ninguém acima de um certo
nível de poder e renda, cultiva a política das celas vazias para os
poderosos que tiveram o azar de ser alcançados pelas instâncias
inferiores do Judiciário. Juntando todos os achados, os
responsáveis pela arqueologia do Brasil chegarão à receita perfeita do
caos: tiros, ovos, ladroagem, cadáver e muita insensatez —com o Supremo,
com tudo.
Blog do Josias de Souza
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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quarta-feira, 28 de março de 2018
Receita de caos: tiros, ovos, cadáver e insensatez, com o Supremo, com tudo
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