Quem pagará a conta?
Enquanto
tenta se convencer o trabalhador e o aposentado que a reforma da Previdência
pode parecer indigesta, mas é necessária para evitar a falência do sistema e
ajudar no equilíbrio das finanças públicas, por larga maioria de votos (41 a
16) o Senado velho, enquanto o novo só tomará posse em fevereiro próximo,
aprovou o reajuste salarial de 16,4% para os ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF)
A
levar-se em conta o pronunciamento de vários dos ministros, entre eles José
Dias Toffoli, presidente do tribunal, não se tratou de aumento, mas de
reposição salarial. Chame-se como quiser, nem por isso deixa de ser um absurdo.
O aumento, ou reposição ou reajuste eleva de R$ 33,8 mil para R$ 39,3 mil os
vencimentos de uma casta que custa muito além do que de fato recebe porque aí
não se incluem penduricalhos e mordomias.
Os R$
39,3 mil significam quase 18 vezes a renda média do trabalho no país. Na
verdade, segundo o Conselho Nacional de Justiça, a despesa média com cada um
dos 11 ministros do STF foi de R$ 48,5 mil mensais no ano passado. O Poder
Judiciário brasileiro é um dos mais caros do mundo, se não for o mais caro. O
reajuste terá impacto nos gastos dos demais poderes – algo como uma despesa
extra de cerca de R$ 5 bilhões.
Senadores
e deputados federais já começam a falar que seus salários não estão à altura de
suas necessidades. Deputados estaduais e vereadores lambem os beiços com o efeito
cascata que naturalmente os beneficiará. O trabalhador comum e o aposentado
seguem aflitos com o tamanho da conta que terão de pagar.
[Comentário:
curiosamente, após aprovação do reajuste dos MEMBROS do Poder Judiciário e do Ministério Público, os ministros do STF estão evitando falar sobre a extinção do auxílio-moradia.
Edição da
semana 2608 14/11/2018