[Inimigos do presidente Bolsonaro, e do Brasil, conheçam a 'popularidade' Macron, o francês que queira recuperar seu prestígio junto ao eleitorado francês, atacando Bolsonaro e o Brasil.
E os 'coletes amarelos' ainda não voltaram às ruas.]
Para evitar o caos, muitos franceses optaram por trabalhar em casa
Os parisienses vivem uma sexta-feira caótica nos transportes públicos por uma greve, a mais grave dos últimos 12 anos, para protestar contra a reforma da previdência preparada pelo governo francês. Dez das 16 linhas do metrô de Paris estavam fechadas e as demais saturadas, os ônibus circulavam em número reduzido e os grandes engarrafamentos nos acessos à capital evidenciavam o primeiro grande protesto sindical contra a reforma das aposentadorias estimulada pelo governo do presidente Emmanuel Macron.
Dié
Sokhonadu, 25 anos, esperou em vão em uma plataforma da linha 12, que
atravessa Paris de norte a sul, mas nenhum trem da linha estava em
circulação. "Sem metrô, terei que voltar para casa", disse o operário,
que trabalha na reforma da catedral de Notre-Dame, no centro de Paris. Para
evitar o caos, muitos franceses optaram por trabalhar em casa. "Não
queria perder tempo tentando pegar o metrô, minha linha está fechada",
declarou à AFP Anne-Sophie Viger, executiva em uma empresa de seguros.
A Autoridade Autônoma de Transportes de Paris (RATP) pediu na
quinta-feira aos moradores que saíssem de casa apenas em caso de extrema
necessidade e anunciou "soluções alternativas de mobilidade", que
incluem o uso gratuito limitado de motos ou bicicletas elétricas de
livre serviço, subsídios a quem compartilhar o carro ou estacionamento
pela metade do preço. As pessoas também
procuravam as bicicletas e patinetes elétricos de livre serviço que
proliferam na capital francesa. Vários operadores, como o Jump da
americana Uber ou a francesa Cityscoot, ofereceram trajetos gratuitos de
15 a 30 minutos Esta greve é a primeira grande mobilização contra o
plano do presidente Macron de implementar um sistema de previdência
"universal".
Os funcionários do metrô de Paris,
assim como os trabalhadores de outras atividades consideradas difíceis
ou perigosas, perderiam assim os benefícios associados a seus regimes
especiais, que atualmente permite, por exemplo, a aposentadoria antes
dos demais franceses. O Tribunal de Contas
calculou que a idade média de aposentadoria dos trabalhadores da RATP em
2017 era 55,7 anos, contra 63 anos da maioria dos trabalhadores
franceses. "Não é uma greve de privilegiados,
esta é uma greve de trabalhadores que afirmam 'queremos nos aposentar
com uma idade razoável e em condições razoáveis", declarou à rádio
FranceInfo Philippe Martinez, secretário-geral da CGT, um dos principais
sindicatos da França.
A greve é a maior no
setor de transportes de Paris desde 2007, quando o ex-presidente Nicolas
Sarkozy apresentou uma reforma previdenciária que aumentou a idade de
aposentadoria da maioria dos funcionários públicos. "Estou
na RATP desde 1996 e nunca vi algo assim. Tantos grevistas, de todas as
áreas, e inclusive alguns diretores mobilizados. As pensões afetam
todos", declarou ao jornal Le Parisien Marc Brillaud, do sindicato SUD. A
reforma da previdência é uma promessa de campanha de Macron, que se
comprometeu a eliminar os 43 distintos regimes especiais e a criar um
sistema "universal" com o uso de pontos, no qual "1 euro de contribuição
concede os mesmos direitos". Diante do
projeto potencialmente explosivo, o governo quer enfrentar a situação
com calma. "Levaremos todo o tempo necessário para abordar a reforma das
aposentadorias, antes de uma votação prevista para 2020, afirmou o
primeiro-ministro Edouard Philippe.