Decisão,
de segunda instância, saiu na semana passada; Vaccari presidiu a entidade em
2009
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, sofreu um
novo revés na Justiça em um
dos processos sobre irregularidades na Cooperativa de Habitação do Sindicato
dos Bancários de São Paulo (Bancoop). A 9ª Câmara de Direito Privado do
Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, no último dia 27, pela anulação da assembleia que elegeu em 2009
Vaccari presidente da cooperativa e aprovou de uma só vez as contas da
Bancoop de 2005 a 2008, que estão sob suspeita de irregularidades.
A ação foi movida por cooperados
da Bancoop impedidos de votarem naquela assembleia. Muitos deles não receberam até
hoje seus apartamentos que deveriam ter sido entregues pela cooperativa. Em
2010, uma decisão de primeira instância
já havia dado ganho de causa aos cooperados, mas a Bancoop recorreu. Mais
de quatro anos depois, o Tribunal de
Justiça paulista se manifestou novamente sobre o caso e manteve a decisão de
primeira instância. O GLOBO
ainda não conseguiu contato com a cooperativa para saber quais providências
serão tomadas. Esse é apenas um dos milhares de processos movidos pelos
cooperados contra a Bancoop.
No
acórdão, o relator do caso justificou que "a
participação em assembleia foi tolhida de maneira injusta, seja por vício
formal de convocação, seja por impedimento prático, e que não deveria ter
ocorrido em relação àqueles presentes que tiveram ciência do ato, maculadas,
pois, as deliberações levadas a efeito por ocasião da realização da Assembleia
Geral Ordinária".
O
advogado que representa os cooperados, Waldir Ramos, disse que, com a decisão, todos os atos aprovados na assembleia estão
anulados. Para ele, os mais importantes são: o que determinou que uma
dívida da Bancoop de cerca de R$ 400 mil
fosse rateada entre os cooperados e o que deu autorizou empréstimos pela
entidade de cerca de R$ 47 milhões. Há
suspeitas de que recursos dos cooperados tenham sido desviados da entidade.
Vaccari
foi alvo da Operação “My Way”
deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira. Ele foi conduzido
coercitivamente até a sede da PF para prestar depoimento sobre o esquema de
desvio de recursos na Petrobras. Os policiais cumprem nos estados de São Paulo,
Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. 62 mandados contra investigados de corrupção ativa, lavagem
de dinheiro, organização criminosa e fraude em licitação.
Fonte: O Globo