Como nada havia de comprometedor contra o presidente, foi necessário criar o enredo. Assim, veio a público o vazamento da conversa. Anunciava um conteúdo que não estava na gravação
Em outro trecho de gravação, Ricardo
Saud conversa com Fernanda Tórtima, cujo papel no imbróglio, parece-me, é
bem maior do que se supunha. Falam sobre a cilada armada por Joesley,
com a ajuda de membros do MPF, para o presidente Michel Temer. Diz Saud:
“Eu acho, Fernanda, que precisam construir melhor a história do Temer.
Não ficou muito claro. Eu acho que quando ouviram o Temer não gostaram
muito. Tinham uma expectativa maior”.
A advogada Fernanda Tórtima: diálogos começam a deixá-la em situação difícil
Que tal? Era preciso “construir” melhor a
“história de Temer”. O verbo escolhido é bom. Tratou-se mesmo de uma
construção, de uma armação, de uma arquitetura. Bem, não foi possível “construir
melhor”, e, então, levaram adiante o que tinham. Como nada havia de
comprometedor contra o presidente, foi necessário criar o enredo. Assim,
veio a público o vazamento da conversa. Anunciava um conteúdo que não
estava na gravação. O objetivo era fulminar o presidente em uma semana.
Só isso? Não! Aí é a vez de do advogado e
delator Francisco de Assis e Silva evidenciar que a JBS tinha o
controle de ações de Lúcio Funaro, com quem Rodrigo Janot celebrou
talvez o mais exótico acordo de delação: “Viu, seguinte, Joesley, no
momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular dentro. Aí ele fecha a
tampa do caixão”.
Eis a operação que setores da imprensa
apoiam tão fanaticamente, cegos de ódio que estão porque, afinal Michel
Temer não caiu. O Palácio do Planalto divulgou uma nota a respeito.
“A
cada nova revelação das gravações acidentais dos delatores da JBS,
demonstra-se cabalmente a grande armação urdida desde 17 de maio contra o
presidente Michel Temer. De forma sórdida e torpe, um grupo de
meliantes aliou-se a autoridades federais para atacar a honradez e
dignidade pessoal do presidente, instabilizar o governo e tentar
paralisar o processo de recuperação da economia do país.
Agora,
descobre-se que integrantes do Ministério Público Federal ficaram
decepcionados com a gravação que usaram para embasar a primeira denúncia
contra o presidente. “Eu acho, Fernanda, que precisam construir melhor a
história do Temer. Não ficou muito claro. Eu acho que quando ouviram o
Temer não gostaram muito. Tinham uma expectativa maior”. E isso dito por
Ricardo Saud, uma das vozes usada para atacar o presidente por dias,
semanas, meses no noticiário nacional.
As
acusações caem uma após a outra, revelando a verdade da conspiração que
foi construída durante meses. “Eles querem foder o PMDB”, sentencia o
advogado Francisco de Assis, sem saber que está sendo grampeado por
Joesley Batista. Mostrando todo planejamento da ação controlada que o
grupo da JBS tentou fazer contra o país, Assis acrescenta:
“Viu,
seguinte, Joesley, no momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular
dentro. Aí ele fecha a tampa do caixão”. Falavam sobre Lúcio Funaro,
delator que foi incluído numa segunda denúncia contra o presidente pelo
ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, cujas ambições de
comandar o país são ressaltadas pelos delatores. “Janot quer ser o
presidente da República, ou indicar quem vai ser”, diz Joesley. Funaro,
por sua vez, já havia enganado o Ministério Público Federal e a Justiça
em delação anterior. Não mudou suas práticas.
O
país não pode ficar nas mãos de criminosos e bandidos que manipulam
autoridades, mercado, mídia e paralisam o país. É hora de retornar o
caminho do crescimento e da geração de emprego. Não se pode mais tolerar
que investigadores atuem como integrantes da santa inquisição, acusando
sem provas e permitindo a delatores usarem mecanismos da lei para fugir
de seus crimes. Cabe agora, diante de tão grave revelação, ampla
investigação para apurar esses fatos absurdos e a responsabilização de
todos os envolvidos, em todas as esferas.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
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