Na pauta nacional, impeachment divide eleitores; Bolsonaro conta com apoio fiel
É espantoso que um presidente ainda no segundo ano de mandato, sem nem mesmo enfrentar uma oposição forte e organizada, apresente os indicadores de fragilidade política de Jair Bolsonaro. Um novo dado se faz conhecer agora em pesquisa Datafolha: 45% dos brasileiros aptos a votar defendem que o Congresso abra processo de impeachment do mandatário, parcela semelhante, na margem de erro, à dos que se opõem à providência drástica (48%).
Que a própria questão esteja em pauta a esta altura já configura uma triste anomalia. Mas está —e porque Bolsonaro vai, com persistência, eliminando alternativas.
[Sugestâo:
vamos esquecer esse papo ridículo de impeachment do Presidente da República, JAIR BOLSONARO. = NÃO VAI DAR EM NADA. Ele, com as bençãos de DEUS, vai cumprir o seu mandato até 31 dez 2022 e iniciar outro no dia seguinte.
A crise econômica e a pandemia vão passar.
Primeiro: só na interpretação dos inimigos do presidente Bolsonaro, também inimigos do Brasil. ´e que ele cometeu crimes de responsabilidade. Não cometeu, não há provas - pelo simples fatos de que só há provas de fatos, delírios não deixam provas.
Segundo: para que o impeachment de um presidente da República tenha seguimento é necessário que a Câmara dos Deputados aprove, com no mínimo 342 votos = com 172 votos o pedido é barrado.
O deputado Rodrigo Mais se ligou e viu que uma Câmara dos Deputados e um Senado Federal, responsáveis, vão agora é cuidar de vidas e saúde = combater a Covid-19.
Deixem aquele senador sem projeto e um punhado deputados tentar atrapalhar a defesa da vida de milhões de brasileiros e brasileiras.]
A calamidade do coronavírus desencadeou uma espiral vertiginosa de
desatinos presidenciais. O chefe de Estado insurgiu-se contra as medidas
de isolamento social, pregando que a população voltasse às atividades
mesmo que ao custo de uma explosão da doença. Seguiu-se o apoio presencial e descarado a um ato em que se defendia uma
intervenção militar no país. Pouco depois, uma troca despropositada do
comando da Polícia Federal levou à saída de Sergio Moro da pasta da
Justiça —com relatos assombrosos de tentativas de ingerência na
instituição policial.
Já se contam quase três dezenas de pedidos de impeachment no
Legislativo, onde a sustentação a Bolsonaro se mostra frágil e
desarticulada. [pedido de impeachment, qualquer deputado pode apresentar.
Provar as acusações e obter votos apoiando o pedido, ou pedidos, é que é outra coisa.] Às pressas, o Planalto tenta cooptar, a preço elevado,
parlamentares de tradição fisiológica. O quadro que se apresenta às forças políticas e institucionais do país,
no entanto, é complexo. Se os fatos conhecidos bastam com sobras para
justificar a abertura imediata de investigações, o apelo que o
presidente mantém em uma fatia não desprezível do eleitorado eleva em
muito os riscos da tarefa.
Segundo o Datafolha, um terço dos brasileiros (33%) considera o
desempenho de Bolsonaro ótimo ou bom —percentual similar aos observados
antes da pandemia em pesquisas presenciais. Ainda que relativamente
modesto, trata-se de apoio que chama a atenção pela fidelidade em
cenário tão adverso. Em comparação, o governo Dilma Rousseff contava com apenas 13% de
aprovação às vésperas do impeachment da petista. Recorde-se, no entanto,
que ela entrava em seu sexto ano de mandato e o país já sofria com um
biênio inteiro de recessão profunda.
A nova derrocada econômica que se inicia, de proporção ainda
imprevisível, vai se juntar a uma crise sanitária em processo de
agravamento e a uma crise política já instalada. Em nenhum dos casos o
caminho da superação parece claro.
Editorial - Folha de S. Paulo