O Globo
É preciso ter uma sólida convicção ambientalista para desistir dessa que era a grande riqueza do século passado[ os gringos - turma do Macron, Biden e outros da mesma estirpe - não querem que o Brasil explore o NOSSO PETRÓLEO para eles explorarem; não podemos olvidar que eles querem internacionalizar a Amazônia = terras de todas as grandes nações, exceto o Brasil. E as ONG' estão vendidas para defender o adiamento - fazem qualquer coisa por dinheiro.]
Petrobras quer explorar a Margem Equatorial Brenno Carvalho
Claro que seria um dinheiro obtido ao longo de anos de exploração, mas também seria preciso acrescentar o valor dos investimentos a fazer nos estados — instalação de bases terrestres e marítimas, portos e aeroportos, aquisição de barcos e aviões. E empregos numa região, incluindo o Norte e parte do Nordeste, bastante pobre.
É preciso ter uma sólida convicção ambientalista para desistir dessa que era a grande riqueza do século passado, o motor das economias todas. Mas como continua dando dinheiro e movendo boa parte do mundo, e ainda moverá por algumas décadas, seria preciso também uma clara visão do futuro para desistir daqueles R$ 5 trilhões.
Considerem o programa do carro popular anunciado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin: redução de impostos para baratear carros movidos a motor a combustão. A coisa inclui regras como “eficiência energética”, condição para receber a isenção. Mas não diz do que se trata. Etanol? Ora, praticamente não tem motor só a etanol, é tudo flex, a petróleo, pois. Carro elétrico está excluído.
Nessa visão, precisa do petróleo, não é mesmo?
Dirão: mas mesmo países já encaminhados para a economia verde continuam produzindo petróleo.
Verdade, parcial.
Considerem a Noruega. Está aumentando a produção e a exportação de petróleo. Mas todo o incentivo local vai para o ouro lado: 80% dos carros novos vendidos no ano passado são elétricos. Em 2025, serão todos. A política principal é de transporte público sustentável.
Ok, trata-se de um país pequeno e já rico. Mesmo assim, proporciona lições úteis para nós. A produção de petróleo é estatal. Mas não se gasta o dinheiro obtido diretamente com a venda do óleo. Essa renda engorda um fundo de investimentos do governo, que aplica em negócios no mundo todo. A renda desse fundo é usada nos programas locais. Muito especialmente em boas escolas e boa saúde — e em programas de economia verde. O dinheirão do petróleo fica lá, para financiar aposentadorias daqui a uns 20 anos.
Aqui, estados como o Rio de Janeiro já gastaram os royalties do petróleo que receberão em dez anos. E a última coisa em que se pensa no governo federal é na formação de alguma reserva para o futuro.
Por isso precisam do óleo da Margem Equatorial. O do pré-sal? Já estão torrando.
Coluna em O Globo
Carlos Alberto Sardenberg, jornalista