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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Finanças públicas foram assaltadas diante do silêncio cúmplice de verdadeira conspiração de covardes e aproveitadores. Vêm dias difíceis

A verdade elementar, descarada, que salta aos olhos de quem quer que veja a coisa com um mínimo de juízo crítico, é a seguinte: um setor da economia enfrentava dificuldades e quem não? — e aproveitou o clima de insatisfação do cidadão comum com o preço dos combustíveis e resolveu parar o país. 

E as pusilanimidades as mais constrangedoras de mostraram sem retoques. Rodrigo Maia (DEM) merece um picadeiro, não a Presidência da Câmara. Eunício Oliveira (PMDB-CE) ainda não explicou se, tentando ser esperto, pareceu apenas covarde ou se, covarde mesmo, não teve a esperteza de disfarçar. Na média, infelizmente, a imprensa não se saiu melhor. Está de tal sorte contaminada pela monomania de declarar o fim antecipado do governo Temer que não percebeu a tempo que os cofres públicos estavam sendo alvos da pistolagem praticada por nababos.
 
É claro que não me refiro aos caminhoneiros, mas a donos de muitos milhares de caminhões. Com a devida vênia, qualquer um com um pouco de experiência social percebe logo que José da Fonseca Lopes, que preside a Associação Brasileira de Caminhoneiros, ou Diumar Bueno, que comanda a Confederação Nacional de Transportadores Autônomos, não têm bala na agulha para armar aquilo a que se viu. E assim seria ainda que se juntassem as outras oito entidades. Na verdade, quanto mais fragmentadas são as demandas e as lideranças, mais difícil é a eficiência de um movimento paredista. As empresas de transporte é que definiram o sucesso do movimento sucesso, claro, para quem vai meter a mão no nosso bolso. [vai sobrar para o nosso Bolso:
Vejamos: 
1º - quando o  Tesouro  arca com qualquer despesas significa que nós é que estamos pagando -  essa situação é a que podemos chamar de custo embutido, mas, sempre presente atacando o bolso do consumidor = contribuinte;

2º - a retirada da Cide sobre o diesel, havendo risco do PIS/COFINS também deixar de incidir sobre aquele combustível, vai gerar um rombo que já tem a fórmula certa para ser coberto: jogar o que sair do diesel sobre a gasolina - seja mediante aumento do percentual que já incide sobre a gasolina ou via empréstimo compulsório = emprestamos compulsoriamente e não recebemos seja via amigável ou compulsória - ainda hoje milhões de brasileiros esperam receber o que emprestaram compulsoriamente, via combustível, ao governo Sarney.]

Não dá para saber ainda o custo destes dias de balbúrdia. Mas já é possível saber de quanto será o rombo inicialmente planejado aos cofres públicos. Notem: eu chamei de “rombo inicial”. A bagatela, por ora, está em R$ 8,1 bilhões. Explica-se por quê: a Petrobras deixará de receber R$ 350 milhões em razão dos primeiros 15 dias em que venderá o diesel na refinaria com 10% de desconto; o Tesouro arcará com outros R$ 350 milhões pelos 15 dias finais. Como os reajustes passarão a ser mensais, esse mesmo Tesouro terá de reembolsar a empresa em mais R$ 4,9 bilhões, e o fim da Cide sobre diesel tirará outros R$ 2,5 bilhões da arrecadação.

Eis aí o preço da irresponsabilidade. E tudo isso num país que luta contra o descalabro fiscal

Blog do Reinaldo Azevedo