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segunda-feira, 4 de outubro de 2021

A MÍDIA MADRINHA - Percival Puggina

Desde o início da pressão para o impeachment da presidente Dilma, há sete anos, participo das muitas manifestações verde-amarelas aqui em Porto Alegre. Acompanho e me integro aos esforços de mobilização. Torço por um clima favorável. Contribuo com a caixinha que habitualmente percorre a multidão coletando recursos para cobrir os gastos de organização. Em todos esses eventos, por deferência carinhosa dos promotores, sou chamado a me manifestar.

Sei do que falo, portanto, quando menciono o sonoro silêncio da mídia sobre cada um deles
Vivi toda essa história e sou testemunha de ser ela motivada por consistentes razões, estrito amor à pátria, defesa de princípios e valores que, com o tempo, se revelaram majoritários na sociedade brasileira. Da grande mídia, quase nenhuma ou nenhuma referência. 
Notícias eventualmente publicadas minimizavam os eventos, afastavam-se do essencial, por significativo que fosse; desconheciam os objetivos e fixavam-se sobre uns poucos cartazes nos quais descarregavam sua animosidade. [não havia como fazer referência; não é possível às narrativas brigar com imagens; da vez anterior, alguns expoentes da mídia, estão mais para ex-expoentes, tentaram e o fracasso os envergonhou e o pior é que levaram imensos esporros, mijadas,  dos seus patrões = inimigos do Brasil.
Mostrar uma imagem e narrar o contrário é estupidez que justifica até cancelamento.] 

Por isso, afirmo sem medo de errar que essa má vontade nada tem a ver com Bolsonaro. Nada! Começou antes de ele surgir na cena, continuou depois e sempre teve como objetivo criar dificuldades à erupção de uma força política antagônica à hegemonia esquerdista instalada no país desde os tempos em que o jovem arrogante e estouvado Fernando Collor foi destituído da presidência. A hegemonia que desde então se instalou, deu tempo para Collor se tornar um idoso senador da República e para o Brasil arruinar nas mãos da esquerda.

A campanha pelo impeachment do atual presidente, impulsionada como impulsionados foram a criação da CPI da Covid, o “fecha-tudo” e o “fique-em-casa”, tem muito menos a ver com Bolsonaro e muito mais a ver com a ojeriza ideológica a conservadores e liberais. O passado recente evidencia-o de modo convincente e o passado mais remoto conta como tudo foi sendo construído no jornalismo brasileiro, no ambiente cultural, nos sindicatos, na administração pública, nas igrejas cristãs, em todo o sistema de ensino, e onde mais você possa imaginar.

Acompanho as notícias sobre as recentes mobilizações vermelhas com que os reds pretendem retornar ao ninho do Planalto e as comparo com o modo como os mesmos veículos fazem a cobertura das mobilizações verde-amarelas. A Globo chegou ao desplante de exibir as gigantescas concentrações do dia 7 de setembro com a tarja “Manifestações antidemocráticas”. Os atos chochos da esquerda estão abertos espaços à divulgação prévia, bem como às agendas, horários e locais, cidade por cidade. Há matérias de redação sobre o coquetel de finalidades que vai da “luta pela democracia” e do “combate à corrupção” ao desejado “impeachment”.[o presidente Bolsonaro anda tão preocupado com os estertores da esquerda agonizante, que foi comemorar os MIL DIAS do seu Governo em estados governados pelo relator Júnior e por um tal Rui - que não é  o Barbosa. O POVO se fez presente, Bolsonaro não foi vaiado.
Já o maior de todos os ladrões se acovarda aterrorizado com a   covid-19,  se esconde debaixo da cama - local que não o leva a nenhum ato, nem o faz autor.]

A mídia madrinha cuida de quem gosta e deixa bem claro ao distinto público de quem não gosta.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.