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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Júri de Elize Matsunaga entra no 3º dia; veja as questões mais polêmicas

Promotoria acusa ré de premeditar o crime e ter esquartejado o marido quando ele ainda estava vivo; defesa diz que ela agiu sob forte emoção porque era agredida e humilhada. 

O julgamento de Elize Matsunaga, acusada de matar e esquartejar o marido Marcos Kitano Matsunaga em maio de 2012 entra nesta quarta-feira (30) em seu terceiro dia no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. Seis testemunhas já foram ouvidas: duas babás, um detetive, um delegado, o irmão da vítima e um funcionário da empresa Yoki. Ainda faltam ser ouvidas 13 testemunhas, entre eles peritos que analisaram o local do crime e o corpo esquartejado de Marcos.

Elize é ré confessa do crime. O julgamento vai definir o tempo de pena que ela deverá cumprir. Ela responde por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, crueldade e sem chances de defesa, o que pode agravar a pena. Ela também responde por destruição e ocultação de cadáver. 

1) Marcos Matsunaga estava vivo quando foi esquartejado?



Acusação: A promotoria sustenta que a vítima morreu depois que teve o pescoço cortado pela mulher. “Se ele não tivesse respirando, esse sangue não desceria para o pulmão, e isso foi a causa da asfixia. Então você junta o tiro com a ingestão do sangue que causou a asfixia. É essa a nossa sustentação de ordem rigorosamente técnica”, diz o promotor José Carlos Cosenzo.
Defesa: Para os advogados de Elize, o corpo de Marcos foi cortado horas depois de ele ter morrido. “As três qualificadoras que o promotor colocou são absolutamente incabíveis. Elas são manifestamente contrárias às provas que estão no processo. Colocar essas qualificadoras para ela é querer vingança pública absolutamente inadmissível nos dias de hoje”, afirma o advogado Luciano Santoro. 

2) Elize premeditou o crime?

Acusação: Para a promotoria, a ré forjou uma viagem para Curitiba para deixar o marido livre para sair com uma amante. Contratou um detetive para obter o flagrante. Comprou uma serra elétrica na véspera do crime. “Há elementos que nos trazem convicções de que o crime foi premeditado", diz Luiz Flávio Borges d'Urso, assistente da promotoria.
Defesa: A defesa alega que Elize agiu sob forte emoção e não premeditou o crime. E que a serra elétrica foi comprada a pedido de Marcos, e nem foi usada para cortar o corpo da vítima. Se o crime era premeditado, para ela usar uma serra elétrica, por que que ela não usaria? Então, nao tem lógica nesse argumento da acusação", diz Luciano Santoro, advogado de Elize.

3) Qual foi a distância do tiro dado por Elize no marido?


Acusação: A promotoria sustenta que o tiro foi dado à queima-roupa, entre 15 e 20 centímetros de distância. "O tiro foi disparado de cima pra baixo, da esquerda para direita e de frente pra tras. O que seria impossível se ele tivesse na posição que ela diz que estava a um metro e meio de distância", diz o promotor José Cosenzo. "Só atira de cima pra baixo, uma pessoa menor em uma maior , se ela tava esperando a pessoa chegar".


Defesa: A defesa alega que a distância foi de mais de um metro e meio. "Quem premeditou, vai usar a propria arma? Não tem lógica nesse argumento", diz Santoro. 

(...)

Crime
Elize e Marcos eram casados na época do assassinato, em 19 de maio de 2012. Ela tinha 30 anos e ele, 42. O crime teria ocorrido durante uma discussão do casal. Ela contou que flagrou a traição de Marcos com uma prostituta após contratar um detetive particular. Elize também havia sido garota de programa quando conheceu o empresário. 

O casal tem uma filha, atualmente com 5 anos, que está sob cuidados de familiares do pai. Após atirar na cabeça do marido, Elize contou que esquartejou o corpo dele, o ensacou e jogou as sete partes em terrenos de Cotia, na Grande São Paulo. 

A família de Marcos denunciou o desaparecimento dele no dia 21 daquele mês. Duas semanas depois, Elize foi presa e confessou ter matado o marido. Em São Paulo, a filha de Elize está sob a guarda provisória dos avós paternos por decisão da Justiça.

Leia mais em.................................. O Globo