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sábado, 11 de novembro de 2017

Luciano Huck e Marina Silva,candidaturas que já nascem desidratadas; não vale a pena perder tempo falando delas - serão esquecidas antes de junho 18

O fator Huck 

[quem deu a ideia, péssima para o Brasil, desse cidadão se candidatar a presidente da República?]

Luciano Huck já definiu o final de dezembro como a data-limite para anunciar a decisão de concorrer ou não à presidência da República. Ele aprofundou os contatos na quinta-feira com duas conversas na casa do economista Armínio Fraga. À tarde, acompanhado de Ilona Szabó, cofundadora do movimento Agora, e diretora do Instituto Igarapé, ONG que atua na segurança pública, reuniu-se com o presidente do PPS, Roberto Freire, e com o ministro da Defesa, Raul Jungmann.

À noite, jantou com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, do PMDB, que foi sondado para ser vice-presidente em uma possível chapa com Huck, que precisaria de um político experiente para auxiliá-lo. Hartung disse que está disposto “a tudo”, e pode vir a fazer parte de um futuro governo também como Chefe do Gabinete Civil, dependendo das negociações.

Ele se declarou a Huck disposto a participar de um movimento que apoie um nome alternativo à polarização que no momento coloca Lula contra Bolsonaro no segundo turno, segundo as pesquisas de opinião. No encontro, Huck mostrou pesquisas eleitorais que revelam um grande potencial de votos, já se encontrando na faixa de dois dígitos em algumas simulações.

O governador Paulo Hartung disse que o importante no momento é reunir o maior número possível de pessoas que comunguem de posições políticas que possam mostrar um caminho pelo centro-liberal, em contraposição aos extremos da direita e da esquerda que, em sua opinião, “não são bons”. “Ambos acreditam na força do Estado e que o governo pode fazer tudo. Apresentam bravatas e soluções simples para problemas complexos”, diz Hartung. O governador está convencido de que “não há solução simples para o Brasil”, e acha que a próxima eleição presidencial é a última oportunidade para recolocar o país nos trilhos, pois “já erramos demais”.

O Movimento Agora, de que faz parte Huck, se define como “formado por um grupo diverso de gente realizadora, com perfil político e técnico, de vários setores da sociedade — somos servidores públicos, empreendedores, líderes empresariais, acadêmicos e ativistas. Nossos membros possuem experiência e reconhecimento em suas áreas de atuação, fruto de muito esforço e suor, e prezam pela integridade e pelo engajamento cívico”.
“Estamos empenhados em reinventar a política no século XXI, com ações políticas consistentes com a sociedade contemporânea e construindo diálogos e parcerias entre múltiplos atores para melhorar políticas públicas e a vida das pessoas”.

O PPS já acertou em sua Executiva acolher os membros do movimento Agora, da mesma maneira que se dispôs a dar legenda ao grupo da ex-senadora Marina Silva para que ela pudesse se candidatar na eleição de 2014, o que acabou acontecendo pelo PSB.  No PPS ou em outro partido, Luciano Huck pode ser uma opção, se realmente entrar na disputa para a presidência da República, da parcela do PSDB que ficar alijada do partido se o grupo de Aécio Neves ganhar a disputa interna. [o PSDB já não é um partido que possa se alinhar entre os vitoriosos em alguma coisa; imagine os que conseguem ser derrotados dentro do próprio PSDB = derrotados perdendo para derrotados.]
O senador Aécio Neves está se aproximando do PMDB, na tentativa de lançar um candidato a presidente, que provavelmente será o prefeito de São Paulo, João Doria. Mas não é desprezível a possibilidade de que, vencedor, o governador de Goiás Marconi Perillo, vire o candidato oficial do partido.

Nesse caso, o governador Geraldo Alckmin teria a possibilidade de entrar no PSB para disputar a presidência da República, deixando no governo seu vice Marcio França. Se Tasso Jereissati vencer a disputa pela presidência do partido em dezembro, o grupo de Aécio fica de fora e vai debandar para outras candidaturas, e o PSDB vai com Alckmin.

O que parece certo é que o PSDB tem chance reduzidíssima de se apresentar como um partido coeso nas próximas eleições. Se antes as disputas internas eram por espaço no poder, hoje o que separa suas alas são diferenças ideológicas e de postura política, impossíveis de serem superadas.

Como disse o senador Tasso Jereissati, repetindo dona Ruth Cardoso, que certa vez disse que “o PFL de Antonio Carlos Magalhães não é o meu PFL”, “esse PSDB não é o PSDB de Covas, Fernando Henrique e o meu”.

Merval Pereira - O Globo