Enxergar uma greve geral no que houve neste 28 de abril é promover enxurrada a tsunami
A paralisação foi programada para a véspera de um feriado prolongado para somar-se à folga de primeiro de maio e produzir o maior feriadão de 2017. Disfarçado de “greve geral”, o evento organizado por gigolôs do moribundo imposto sindical não foi um ato político, mas uma malandragem destinada a incentivar a ociosidade. Aumentou o movimento nas estradas. As cidades ficaram com cara de domingo. As manifestações de rua reuniram menos gente que procissão de vilarejo.
Mulher passa por uma faixa escrita 'Greve Geral' durante dia de
manifestações contrárias às reformas propostas pelo governo Michel Temer
no Rio de Janeiro - 28/04/2017 (Sergio Moraes/Reuters)
Enfim, grevistas querem algo, berram propostas, fazem exigências. Os greveiros de hoje são contra tudo que venha do governo ─ da mesóclise a reformas que remoçam velharias quase centenárias. Mas não conseguem ser a favor de nada, nem têm coragem suficiente para defender publicamente a preservação dos privilégios da pelegagem. Por essas e outras, os que se nomearam líderes dos trabalhadores acabaram instituindo, neste 28 de abril, o Dia Nacional da Vadiagem.
Fonte: Coluna do Augusto Nunes - Revista VEJA