Circula
no Brasil um manifesto em defesa da democracia, e seus signatários mais
destacados mostraram que não estão de brincadeira: quando a cantora
Anitta resolveu afirmar seu direito à opinião independente, tomou logo
um tapa na boca, para deixar de ser abusada. Anitta não tinha entendido como a banda toca. Democracia sim, querida. Mas a nossa, ok?
Ok.
Ela entendeu rápido, até porque tem amor à pele. Todo mundo sabe que
mexer com os democratas de porta de cadeia pode ser um problemão. Ou,
mais precisamente: pode te transformar em morto-vivo. Vai cantar no
banheiro, companheira, onde a acústica é perfeita para quem desafinou o
coro da patrulha. Tudo começou quando Anitta, pressionada a
aderir à campanha #EleNão, contra Jair Bolsonaro, declarou que não iria
fazer parte de movimento algum. Não era um posicionamento político. Ao
contrário: em meio à epidemia de causas e engajamentos de ocasião, ela
afirmou o direito do artista de opinar ou não opinar, se envolver ou não
se envolver com o que quiser ou não quiser.
De uma simplicidade comovente. Para
quem ficou na dúvida, até porque anda um pouco difícil mesmo ver as
coisas como elas são, aqui vai a confirmação: a funkeira da laje deu uma
aula de dignidade à elite cultural brasileira. Ou seja: enlouqueceu. Não sabe com quem tá se metendo, garota? Agora
já sabe. Em questão de horas, o mundo desabou sobre Anitta – essa doida
que declarou que todos são livres para expressar o que quiserem. De
onde terá ela tirado essa insanidade? De algum autor iluminista ou de
algum para-choque de caminhão? A real aqui é outra, parceira. É
proibido proibir, desde que você não esteja atrapalhando a lenda (e o
business) dos progressistas profissionais que mandam no pedaço. Cala a
boca já morreu pra quem não falar demais. Ou de menos. Entendeu agora?
Entendeu.
Anitta dormiu e acordou outra pessoa. Não precisou nem de lobotomia,
recurso extremo que os democratas de porta de cadeia preferem não
utilizar. Por si mesma – e pelo amor à sua pele bronzeada – ela
reapareceu com um novo vídeo aderindo ao movimento do qual se recusara a
participar 24 horas antes. Vai, malandra, que o passado passou – e o
futuro é dos obedientes. A presença de Anitta na luta contra os
hipócritas de grife não durou um dia. Agora, como se dizia quando a
ditadura calava ou sumia com alguém, Anitta está “ausente”.
O
gentil “desafio” à cantora, que lhe oferecia a escolha entre ser frita
em fogo lento ou rápido, foi vocalizado por Daniela Mercury – ela mesma a
prova viva de que, nos dias de hoje, um artista sem arte só desaparece
se quiser. Não tem mais o menor problema se o público não quer te ouvir,
porque uma manchete sobre a sua vida sexual te bota no jogo de novo. Se
voltarem a te esquecer, você ameaça grudar numa colega bem-sucedida o
selo de homofóbica e racista. Aí é só correr pro abraço. Daniela e
grande elenco de democratas temem que o Brasil caia num regime
autoritário. E acharam a maneira de evitar a implantação de uma ditadura
amanhã: implantá-la hoje. O estupro moral e mercadológico de
Anitta – impondo a ela o vexame de engolir sumariamente suas palavras em
público – é o ato mais representativo dessa corrente da bondade que
quer devolver o país a um simpático criminoso preso por corrupção. Lula e
sua gangue merecem a chance de roubar um pouco mais o povo sem perder a
ternura – e sem tirar um centavo dessa elite libertária que decide,
docemente, quem pode dizer o que.
Ao contrário do pronunciamento
original de Anitta, que não tinha segundas intenções partidárias ou
ideológicas – e por isso mesmo foi abatido a tiros pela patrulha
pacifista e humanitária –, o tal manifesto pela democracia é um jeitinho
de panfletar para o suplente de presidiário como “salvação progressista
contra o autoritarismo”. De autoritarismo eles entendem – não o
da ditadura de meio século atrás, mas a de hoje, liderada aqui do lado
pelo companheiro Maduro, cujo regime sanguinário é apoiado velada ou
explicitamente pelos signatários mais famosos do manifesto democrático.
Se o Lula falou que o chavismo é modelo de democracia, tá falado.
Fica
combinado assim: Anitta amordaçada, Lula livre, poste presidente, Dilma
na presidência do Senado, Gleisi na presidência da Câmara, Toffoli na
presidência do Supremo e você na Venezuela. Não precisa nem comprar
passagem."
Guilherme Fiuza - Gazeta do Povo - PR
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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domingo, 30 de setembro de 2018
Ausência de Anitta
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Daniela Mercury,
estupro moral e mercadológico,
homofóbica e racista
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