O ambiente
do Senado é sempre um pouco mais circunspecto do que o Câmara. Nem
poderia ser diferente. Tem pouco mais de um sexto — 81 membros — do
total da outra Casa: 513. E, por isso mesmo, os atos ridículos se tornam
mais visíveis. As argumentações canhestras se mostram mais salientes.
São tantos os deputados que as intervenções bisonhas acabam se diluindo
no excesso. Já na chamada “Câmara Alta”, a coisa é um pouco diferente.
O PT se
revezou na tribuna no esforço de demonstrar, ora vejam , ou que o
presidente Michel Temer estava tomando uma decisão eleitoreira — e a
acusação embute a premissa óbvia de que a ação do governo no Rio conta
com o apoio da esmagadora maioria da população — ou, o que é mais
espantoso, que a intervenção era desnecessária. Lindbergh Farias chegou
até a dar uma receita que poderia substituir a ação federal:
depreende-se de seu discurso que, caso se resolvam todos os problemas
sociais, econômicos, urbanísticos, educacionais e administrativos do
Rio, a intervenção se faz desnecessária. Acho que concordo com ele.
Afinal, convenham: com aquela paisagem e com todos os problemas
resolvidos, o próprio Deus mudaria a sede do Céu e mandaria Cristo, o
Redentor, descer do morro e dar lugar para quem verdadeiramente manda.
Patético!
Ninguém,
no entanto, elevou o ridículo à categoria do quase sublime, dada a
quantidade de asneiras que falou, como Randolfe Rodrigues. Mais uma vez,
o falso senador da Rede do Amapá — na verdade, ele continua a ser do
PSOL — se esmerou na estupidez, a exemplo do que fez durante o
impeachment de Dilma. Não se esqueçam de que foi ele o mais bravo
lutador em favor da permanência da então presidente do cargo. Ninguém
foi tão virulento no ataque àqueles que queriam o impeachment. [mas se o senador, líder absoluto dele mesmo só tem a estupidez a ofertar, como podemos pleitear receber outra coisa?
O ilustre líder é tão bisonho que durante todo o seu mandato não logrou aprovar um único projeto a favor do povo do estado que o elegeu ou mesmo do Brasil.
A única coisa que ele consegue fazer, mesmo assim de forma errada, é mover ações contra qualquer coisa que o governo pretenda fazer.
Ele não ..., nem desocupa a moita.
Causa surpresa que ele ainda não tenha ingressado com uma ação solicitando a suspensão da intervenção - por enquanto, meia-sola; o por enquanto é que nada impede que o general interventor decida considere que é também comandante do Comando MIlitar do Leste e usando da autoridade que dispõe, adote medidas necessárias à execução da intervenção, ignorando os que querem só atrapalhar.
O que tem de palpiteiro querendo combater bandidos com democracia e tudo amparado no artigo 5º da Constituição Federal, torna extremamente válida a lição do general Augusto Heleno: "é essencial, por exemplo, conferir
aos militares poder de polícia, e livrá-los de amarras e injunções que
só servem para favorecer criminosos." e “Os narcotraficantes precisam saber que, se reagirem, serão eliminados”.
Demonstrando
uma ignorância solar da Constituição, procurem o discurso, o amigo de
Nicolás Maduro afirmou que os artigos 34 e 35 da Constituição impediriam
a intervenção. Sabe-se lá de onde tirou ao argumento. O 34 prevê
justamente a intervenção federal nos estados para “pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública”. E o 35 trata na intervenção dos
Estados nos municípios.
Ignorante
agudo, também na voz, e convicto, aí no caso das ideias, o doutor
resolveu emitir uma outra “fake opinion”, que é a opinião falsa expressa
pelos ignorantes ou pelos de má-fé porque ancorada numa mentira:
sugeriu que a Constituição só prevê a intervenção com o afastamento do
governador.
A mentira é escandalosa. A mentira é grosseira. A mentira é boçal.
É o contrário do que ele diz. O Parágrafo 1º do Artigo 34 é explícito a mais não poder:
“§ 1º O decreto de intervenção, que
especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se
couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso
Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e
quatro horas.”
Como resta
claro, a dita-cuja pode ser parcial — como a ocorrida no Rio,
limitando-se à área de segurança pública —, e o “interventor” que
substitui o governador será nomeado “se couber”. Logo, ele emite uma
“fake opinion” ao atribuir à Constituição o que nela não vai.
Ao atingir
o estado da arte da delinquência intelectual, o senador afirmou alguém
denunciado por “integrar organização criminosa” — referia-se à acusação
não menos delinquente que Rodrigo Janot fez contra o presidente Temer —
não teria autoridade moral para assinar o decreto de intervenção.
Tivesse um mínimo de vergonha já nem digo na cara, mas no mandato, não
evocaria uma acusação que, a esta altura, resta claro, nasceu de uma
tramoia.
No Senado,
Randolfe merece o galardão de o parlamentar que soma com mais
determinação esquerdismo chulo e virulento, ignorância de causa,
arrogância e populismo barato. Caso
Marina Silva venha a ser presidente da República, ele certamente será
ministro. E então veremos o Estado de direito com um pote de clorofila
em uma das mãos e a foice na outra.
Por que falei de Maduro? Vejam esta foto:
Vejam ali o
senador, sorridente, com ar servil, ao lado de um assassino. Não venha
dar aula de moral e cívica quem tem a desfaçatez de harmonizar a sua
gravata com a de um brucutu fascistoide que mata e prende opositores,
que lidera um regime de terror, que condena gerações à miséria e ao
atraso.
A foto que
se vê acima é de 2013. Foi tirada no auditório Darcy Ribeiro, da
Universidade de Brasília. Os psolentos foram lamber as botas sujas de
sangue do tirano. Estavam comemorando o ingresso da Venezuela no
Mercosul.
Blog do Reinaldo Azevedo