Gazeta do Povo - VOZES
De
tudo o que o Supremo Tribunal Federal fez e está fazendo de ruim na
sociedade brasileira, no dia a dia de suas decisões, pouca coisa é mais
destrutiva do que o incentivo direto ao crime.
De forma sistemática, nos
últimos anos, os ministros têm criado e ampliado a proteção judicial
aos criminosos e à suas atividades – e o resultado é a criação de
territórios independentes dentro do Brasil, onde quem manda são os
chefes de quadrilhas e a autoridade pública e legal deixou de existir.
Em nenhum lugar esta situação é pior do que no Rio de Janeiro e em suas
“comunidades”, a palavra oficial para designar hoje locais governados
pelo crime. Conforme mostra reportagem publicada pela Gazeta do Povo,
a entrega de áreas cada vez maiores ao poder do tráfico de drogas, por
decisões que baixam do STF, não trouxe a “paz social” que os ministros
dizem buscar com suas ordens de bloqueio ao trabalho da polícia e de
proteção aos criminosos. Ao contrário.
Os chefes do tráfico estão
aproveitando a situação criada em seu favor pelo alto Judiciário para se
tornarem cada vez mais violentos.
A reportagem
revela, por exemplo, que os criminosos têm se dedicado a dar treinamento
tático de combate aos seus comandados – que vêm se tornando cada vez
mais parecidos com uma tropa militar, ou como um exército de ocupação.
Têm armas cada vez mais pesadas. Controlam suas áreas como se fossem um
território estrangeiro. A polícia do Rio de Janeiro, não entra, não em
termos efetivos, nessa parte do Brasil – e isso só aumenta a força do
crime.
A polícia não entra porque o STF, no que talvez seja um caso
único no mundo, restringe ao máximo, ou praticamente proíbe, a sua
atuação nas “comunidades”; não pode utilizar helicópteros, não pode
fazer batidas à noite, não pode nada. É óbvio que os criminosos
aproveitaram a ausência da polícia e da lei para se tornarem cada vez
mais fortes – e hoje é duvidoso que a força pública consiga competir com
eles, mesmo se receber a autorização para levar ordem às áreas
controladas pelas quadrilhas.
De forma sistemática, nos últimos anos, os ministros têm criado e ampliado a proteção judicial aos criminosos e à suas atividades
É essa a “justiça social” que os ministros estão impondo ao Brasil – o contrário, na verdade, do que deveria ser a promoção da cidadania, a defesa dos direitos à segurança e à vigência da lei para quem vive nas comunidades e a proteção ao mais fraco e ao mais pobre.
O STF, com suas
decisões, não defende os interesses da maioria da população; ao
contrário, defende objetivamente os interesses dos chefes do crime.
Está
jogando ao lado de ONGs abertamente controladas pelos criminosos, de
associações de defesa de “direitos humanos” que só se interessam pelos
direitos dos traficantes, partidos de esquerda que veem no crime um
aliado para seus objetivos políticos e mais do mesmo.
Ao mesmo tempo, o
STF praticamente declarou que a corrupção é livre no Brasil e que
ninguém será condenado por roubar dinheiro público neste país – é o que
dizem as suas sentenças, uma depois da outra.
Tráfico de drogas, culto à
violência e mais corrupção – eis aí a prova de que no Brasil o crime
compensa.
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Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES