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domingo, 27 de setembro de 2015

Prostituição: Rachel Moran desafia Anistia Internacional

“É besteira dizer que uma pessoa pode ganhar direitos ao permitir que seu corpo seja tão aberto ao público quanto uma estação de trem ou ônibus.”
[entre os direitos humanos defendidos, prioritariamente,  pela ANISTIA INTERNACIONAL são encontrados:
- direitos humanos para bandidos em prejuízo dos direitos dos humanos direitos;
- descriminalização da prostituição, incluindo a de crianças;
- uso de drogas a pretexto do respeito ao direito a intimidade.
Quem menos tem direitos defendidos pela ANISTIA INTERNACIONAL são os HUMANOS DIREITOS.]
Enquanto a Anistia Internacional inicia sua nova política que apoia a descriminalização da prostituição, Rachel Moran (foto) tem algumas ideias profundas para eles.



A vida dela no comércio sexual, e sua decisão de sair, fizeram dela a batalhadora principal contra a política da Anistia. A autora do livro “Paid For: My Journey Through Prostitution” (Paga: Minha Jornada na Prostituição)
http://www.goodreads.com/book/show/24724603-paid-for
fala abertamente da violência, isolamento e uso de drogas inerente na prostituição. O que as pessoas como ela precisam, ela diz, é ajuda para sair.

Logo que a prostituição é legalizada, “não existe incentivo para o governo fornecer estratégias de saída para as mulheres que querem sair disso,”  Rachel escreveu.  A trajetória dela começou como uma órfã na Irlanda. Aos 15 anos, “Eu estava nas ruas sem lar, educação ou experiência de trabalho. Tudo o que eu tinha era meu corpo.”

O uso de drogas é “tão comum para mulheres na prostituição quanto limpar mesas para uma garçonete,” diz ela. “A realidade diária é trauma, e você quer escapar disso.”
A resolução da Anistia Internacional “apoia a descriminalização total de todos os aspectos do trabalho sexual consensual.” A organização afirmou que “tratou da questão a partir da perspectiva dos padrões internacionais de direitos humanos.”

Contudo, os tratados proíbem a prostituição principalmente de crianças — chamando-a de “incompatível com a dignidade e valor da pessoa humana” e coloca em perigo “o bem-estar do indivíduo, da família e da comunidade.”  A campanha pró-prostituição da Anistia focou nas mulheres que teoricamente escolhem se envolver com “trabalho sexual” e desviou a atenção de cafetões, bordéis e clientes de prostitutas — os homens que mais ganham com a normalização do comércio sexual. “É besteira dizer que uma pessoa pode ganhar direitos ao permitir que seu corpo seja tão aberto ao público quanto uma estação de trem ou ônibus, Rachel disse. Um consentimento exige escolhas e alternativas viáveis.

Quando a prostituição tem endosso social, o mercado se expande. “De onde esses novos corpos estão vindo?” Rachel pergunta. “Moças com escolhas não vão dizer: ‘Entrarei no comércio sexual em vez de ir para a faculdade.’” Não. Meninas em desvantagem social são canalizadas direto para a prostituição.”

Ativistas LGBT também notam que jovens vulneráveis têm a probabilidade mais elevada de serem prostituídosao mesmo tempo em que argumentam em favor da descriminalização de todos os aspectos do comércio sexual.  Duas semanas depois da votação da Anistia, grupos LGBT sem demora criticaram uma ofensiva policial contra o site “Rent... com.” O presidente — que se descreve como “cafetão da internet” e os funcionários foram presos em Nova Iorque por promoverem a prostituição. O site ganhou mais de 10 milhões de dólares desde 2010 com as taxas mensais e anúncios de prostitutos que especificavam preços por serviços sexuais.

“O trabalho sexual afeta de modo desproporcional a comunidade LGBT,” escreveu Sam Brinton. O co-diretor de #Born ...  disse que as prisões foram um “ataque devastador” em jovens que se identificam como lésbicos, gays ou transgêneros (LGBT) e recorrem à prostituição. Muitos “jovens LGBT se envolvem em trabalho sexual para sobreviver.”  

Contudo, nenhum dos prostitutos que anunciou no site foi preso. Esse método se enquadra no modelo nórdico, defendido por Rachel e outros, onde alugar prostitutas, ter bordéis e comprar sexo são criminalizados, mas não os que estão sendo prostituídos. [mesma posição do Brasil em relação à prostituição.]

Os especialistas dizem que os adolescentes e as crianças se venderão barato, pelo preço de uma refeição, ao mesmo tempo em que cafetões e clientes valorizam a juventude e vulnerabilidade deles.  “Respondi a telefonemas em muitos bordéis,” Rachel tuitou, “a pergunta mais comum é sempre: ‘Qual é a menina mais nova que vocês têm?’”

A solução é criar saídas da prostituição, como ajudar com creches, educação, vícios.
A vontade de Rachel escapar foi provocada depois que seu filho de 4 anos entrou na escola, e ela começou um relacionamento íntimo com um homem onde ela “experimentou a sexualidade de um modo que foi designado para experimentar.”

Publicado no Friday Fax do C-Fam. Escrito por: Rachel Moran
https://c-fam.org/
Tradução: Julio Severo