Continuando a crise como vai, entre aumento de impostos, desemprego,
recessão, supressão de direitos trabalhistas e cortes nos investimentos
sociais, ousaria a presidente Dilma apelar para uma espécie de união
nacional para evitar o pior? Abriria mão de sua arrogância para que se
reunissem as diversas forças políticas, partidárias, econômicas e
sindicais na busca de uma saída para o impasse?
Melhor seria perguntar como reagiriam os variados segmentos da
sociedade para depois meditar sobre a viabilidade da iniciativa. E a
resposta quem primeiro avança é a oposição, na palavra do senador Alvaro
Dias, reeleito pelo PSDB do Paraná. Em seu terceiro mandato, o
ex-governador responde com um sonoro NÃO, acrescentando que antes de se
cogitar na união nacional deveria ser votado o impeachment da presidente
da República.
É total, para ele, a ausência de condições e de clima
para um movimento de união, de tal envergadura, em torno do governo.
Melhor que antes esse governo seja deposto, claro que dentro do ritual
democrático e constitucional. Alvaro Dias identifica unanimidade no
ninho dos tucanos a respeito da rejeição de qualquer diálogo com os
detentores do poder. E trabalha para apresentar o impeachment como saída
para a crise.
Tem consciência de que, mesmo divididas, as
forças oficiais, no Congresso, atuariam para obstar a hipótese. Seria
preciso aguardar o clímax, para ele inevitável, tendo em vista a
incompetência do governo e do PT para agir no rumo de uma saída. O
importante, na quadra atual, é apontar os desmandos verificados e a
impossibilidade de solução. Não dá, em seu entender, para aguardar
quatro anos até que as eleições surjam como alternativa.
O rolo
compressor da aliança PT-PMDB e penduricalhos só será implodido quando o
fracasso nacional alcançar o máximo nível. Pode ser este ano, pode ser
no próximo, mas aguardar 2018 será fatal para o país e as instituições. O
impeachment parece algo inimaginável, mas, segundo o senador, dependerá
de alguns fatores. Por exemplo: das evidências do conhecimento e do
envolvimento das principais figuras do governo, a começar pelo Lula e
por Dilma, nas lambanças da Petrobras e outras entidades controladas por
eles. Também o retrocesso imposto à economia e às finanças pelos que
deveriam controlá-las. Um inusitado qualquer, ou seja, uma explosão
popular, levaria de roldão as frágeis estruturas sustentadas pelos
inquilinos do palácio do Planalto.
Em suma, começa a ser trilhado
um caminho diferente, em condições de gerar o caos. Seu desenvolvimento
dependerá da capacidade de o governo e o PT impedirem que a população
se desespere. Pelo jeito, até agora, não está acontecendo. [a população já começa a se desesperar de forma crescente e inexorável; até eleitores dos petralhas, e mesmo militantes petralhas, começam a acordar para o aumento da inflação, a queda da atividade econômica, fatores que somados ao aumento das contas de luz e também de água (nas cidades em que a água não está sendo racionada já se cogita de reajuste superior a 20% - caso de Brasília.) Para completar a roubalheira, o aumento da criminalidade, do desemprego, eliminação de direitos trabalhistas, cortes em beneficios sociais.]
Fonte: A Verdade Sufocada - Carlos Chagas
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
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