Pesquisa conclui que 64,5% dos eleitores não optaram por qualquer dos candidatos ao Planalto. Quase 40% dos eleitores aguardam novos nomes
Publicado na Coluna de Carlos Brickmann
Temos, hoje, 28 pré-candidatos
à Presidência da República. Quem tem 28 candidatos não tem nenhum ─ a menos que
ache que os três maiores partidos do país vão disputar o jogo de buraco (o que
é melhor do que disputar o rouba-monte, mas também não resolve nada). Um
partido quer porque quer registrar um presidiário, que não atende às
especificações da Lei da Ficha Limpa; outro insiste num candidato que tem
dinheiro para a campanha, mas é pobre de votos; o terceiro gira em torno do
cacique que venceu várias eleições em São Paulo, mas não consegue cruzar
fronteiras ─ tanto que o partido que preside só não o substitui por falta de
substituto.
Há nomes que despontam bem:
Bolsonaro, Ciro Gomes, Marina. Marina sempre desponta bem e despenca melhor O
fato é que os partidos ainda não marcaram a data das convenções. E o site
Diário do Poder (www.diariodopoder.com.br),
que analisou as pesquisas, concluiu que 64,5% dos eleitores não optaram por
qualquer dos candidatos. Quase 40% dos eleitores aguardam novos nomes; os
restantes parecem decididos a votar nulo. E os eleitores já definidos são
apenas 35%.
Bolsonaro não tem tempo de TV
nem para dizer “meu nome é Bolsonaro”. E Ciro, que negocia com vários partidos,
da esquerda à direita, sempre vai bem até falar o que não deve. Qualquer
previsão, nesse terreno instável, tende a falhar. Os candidatos tentam
articular-se politicamente – mas quem irá cuidar dos eleitores?
Ele é o bom
O
ex-governador Alckmin, que tem intenções de voto expressas em um só algarismo,
se diz otimista com o quadro eleitoral: garante que já se aliou a quatro outros
partidos que, somados ao seu PSDB, lhe dão 20% do tempo da TV. Quais são esses
partidos? Ele não diz. Mas conta vantagem: “Nenhum pré-candidato tem o apoio de
dois partidos. Nenhum – exceto eu, que tenho cinco”. Diz também que nenhum
desses partidos é o DEM – sorte dele, já que o DEM, velho aliado do PSDB, tende
a dar apoio a Ciro.
Esquerda geral
O movimento pró-Ciro é tão
forte que um intelectual brizolista, o professor Roberto Mangabeira Unger, já
deu entrevista dizendo que o DEM é mais esquerdista que o PSDB – isso, o DEM de
Antônio Carlos Magalhães. Mangabeira acha que Ciro, que foi integrante do PDS,
dirigido à época por Maluf, é também esquerdista. Ciro tem boas possibilidades
de conquistar ainda o apoio do PSB, antes prometido a Alckmin. Mas Alckmin
tinha prometido apoiar a candidatura de seu vice, Márcio França, ao Governo
paulista; agora age como se nada tivesse a ver com a promessa.
E não é que tem razão?
O chefe da Casa Civil do
presidente Temer, Eliseu Padilha, cacique dos fortes do PMDB, disse que se a
convenção nacional do partido se realizasse agora, a candidatura de Henrique
Meirelles seria confirmada sem nenhuma dúvida. “Hoje não tem disputa”, disse
Padilha. O problema é que, com os raquíticos índices que Meirelles apresenta,
não haverá disputa também nas eleições. A propósito, Padilha deve ser lido com
atenção: se a convenção do PMDB se realizasse agora, Meirelles seria o
candidato. Só que o PMDB não marcou ainda a convenção. Até marcá-la, quem sabe
a fila anda?
A força do candidato
Meirelles tem uma proposta que
agrada o PMDB: pagar a sua campanha com seu dinheiro. Com isso, os recursos do
financiamento público ficam para candidatos a outros cargos, que não precisarão
financiar o presidente.
Os bens da família Lula
O
patrimônio da família do ex-presidente Lula, revelado por seus
advogados no processo de inventário da falecida esposa Marisa Letícia, e
divulgado por esta coluna no domingo, dia 1º (em http://www.chumbogordo.com.br/19556-rol-dos-bens-da-familia-lula-da-silva/),
soma perto de R$ 13 milhões.
Muito
ou pouco? Não dá para dizer: se multiplicarmos o salário do
presidente por 104 (oito anos, mais os
13ºs), considerando-se que ele não tenha tido
qualquer despesa nesse período, chegaremos
a pouco mais de R$ 3 milhões, sem considerar o rendimento das aplicações.
Há também possíveis ingressos provenientes de palestras, que Lula informa ter
proferido. Em resumo, apenas com os
dados disponíveis, não é possível dizer se os rendimentos foram ou não
superiores ao habitual. É preciso ainda considerar que o valor venal das propriedades
não costuma coincidir com o valor de mercado, normalmente mais elevado.
Salvando vidas
A partir de agora, o telefone 188 está destinado, em todo o território nacional, a apoiar pessoas que pensam em suicidar-se.
Nos moldes do CVV,
Centro de Valorização da Vida, há voluntários bem
treinados para conversar com possíveis suicidas e estimulá-los a continuar
vivendo. É uma experiência muito bem sucedida que se estende ao país
inteiro