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terça-feira, 30 de maio de 2023

Dói ver militares saudando Maduro - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia - VOZES

Triste: militares brasileiros prestam continência a Nicolás MaduroFoto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

Durante o governo Bolsonaro, o então presidente reconheceu Juan Guaidó como presidente da Venezuela e a embaixadora de Guaidó aqui no Brasil. Agora está mudando tudo.

Bom dia! Está se esgotando o prazo que a Câmara deu ao deputado Deltan Dallagnol para apresentar sua defesa ante a condenação pela Justiça Eleitoral, que tirou o seu mandato, dado a ele por 345 mil eleitores, se não me engano, do Paraná. Foi o mais votado. E foi um julgamento incrível, que durou um minuto e seis segundos, em que estabeleceram um exercício de futurologia, dizendo que futuramente ele poderia ter que responder a um processo disciplinar e, portanto, ele não poderia ter sido aceito. Registro que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná aceitou, inclusive com a Procuradoria dizendo aos partidos políticos de esquerda que entraram para caçar o registro que não há nenhum motivo para caçar o registro, uma vez que ele não respondia a nenhum processo disciplinar.

Então, está se esgotando, amanhã, o prazo de cinco dias úteis depois da publicação no Diário Oficial da notificação para ele. Não foi retirado pela Câmara dos Deputados. Eu não vou dizer que é a dona do mandato dele, porque os donos do mandato dele são os eleitores
Na verdade, os eleitores é que estão sendo caçados. 
Esperaram o fato consumado para depois caçar, que é uma coisa muito, muito estranha. 
Fizeram o contrário no julgamento, no qual julgaram por um fato futuro que ainda não aconteceu. 
E depois, diante de um fato consumado, caçaram o mandato dele.
 
Manifestações em 4 de junho
Vão fazer manifestações no dia 4, nas capitais do Brasil, em favor de Deltan, em favor da Constituição, do devido processo legal e do Estado Democrático de Direito. 
Por falar nisso, mais 131 pessoas, mulheres, homens, idosos, foram considerados réus. 
Aqueles que estavam lá no acampamento, que foram presos, agora a gente sabe, foram presos pelo Exército, como disse o comandante militar do Planalto, depondo na Assembleia Legislativa do Distrito Federal.
 
E somando-se aos 1.044 que já são réus, dá 1.175. Interessante que um advogado criminalista, me perguntou ontem: 175 réus, entre sobrinhos, netos, filhos, afilhados. Eu perguntei, como, por quê? 
Esses jamais esquecerão o que está sendo feito. Eu imagino que seja umas 10 mil pessoas, talvez, ou mais. Realmente eu não tinha pensado nisso. Não atinge apenas a pessoa, atinge todos aqueles que amam essas pessoas. É uma questão.
 
Militares brasileiros e Maduro
Bom, durante o governo Bolsonaro, o então presidente reconheceu Juan Guaidó como presidente da Venezuela e a embaixadora de Guaidó aqui no Brasil. Agora está mudando tudo. 
O Nicolás Maduro chegou à noite, de repente
Teve que ser de repente, teve que ser secreto, para enganar os Estados Unidos, porque ele é procurado nos Estados Unidos e onde o avião dele pousar, e houver possibilidade, o avião vai ser confiscado também e ele está sendo procurado por narcotráfico, narcoterrorismo.  
Eu achei feia a posição de alguns deputados brasileiros que foram se queixar para a embaixadora americana, como se reconhecendo que ela tivesse algum poder sobre a lei brasileira. 
Uma atitude assim meio de colonizado, mas enfim, deveriam protestar, como protestaram na tribuna da Câmara e com a presença. 
Eu fiquei com pena até porque o Exército fez a operação acolhida maravilhosa, digna de Prêmio Nobel da Paz, para receber milhares e milhares de venezuelanos com fome, doentes, fugindo do país em que nasceram. E depois ter que ver os dragões da independência prestando homenagem, continência, na subida da rampa do Palácio do Planalto de Nicolás Maduro, que desde 2015 não vem ao Brasil.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo