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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

O que se sabe sobre o programa nuclear da Coreia do Norte

O anúncio de que a Coreia do Norte disparou o segundo míssil de longo alcance na direção do Japão nesta sexta-feira não apenas aumentou a tensão na região como redobrou temores sobre a real capacidade militar do país.  O artefato disparado voou mais alto e mais longe que o lançado em 29 de agosto. Atingiu uma altitude de 770km, viajando 3,7 mil km, de acordo com as forças armadas da Coreia do Sul.
 
Uma reunião de emergência foi convocada a pedido do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, com a China e a Rússia. O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas também) também deve se reunir, atendendo aos pedidos dos EUA e do Japão para avaliar mais uma rodada de sanções contra Pyongyang. 

Os norte-coreanos têm intensificado testes nucleares na região. O sexto teste aconteceu no início deste mês. Além disso, analistas avaliam que o míssil lançado nesta sexta é uma categoria intermediária de projéteis, mas acreditam que os norte-coreanos tenham artefatos de alcance intercontinental.


Mas qual é a real capacidade militar da Coreia do Norte? Não se sabe o verdadeiro alcance desses mísseis intercontinentais, ou seja, se poderiam atingir os EUA, como advoga a Coreia do Norte.  Além disso, restam dúvidas sobre se o país conseguiria evitar que os projéteis explodam ao entrar novamente na atmosfera terrestre.

A única certeza é de que o arsenal de mísseis norte-coreano avançou nas últimas décadas, de foguetes de artilharia criados a partir de modelos da 2ª Guerra Mundial para mísseis de médio alcance capazes de atingir alvos no Oceano Pacífico. Agora, a Coreia do Norte parece focada em construir mísseis de longa distância, que teriam o potencial de atingir a parte continental dos Estados Unidos.
Dois tipos de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), conhecidos como KN-08 e KN-14, vêm sendo exibidos em paradas militares desde 2012.
Carregados e lançados da traseira de um caminhão modificado, os KN-08 teriam um alcance de 11,5 mil km, enquanto o KN-14, de 10 mil km. 

Poder de fogo
Os mísseis balísticos intercontinentais são vistos com preocupação porque permitem a um país manejar um significativo poder de fogo contra um oponente do outro lado do planeta.  O único motivo para gastar dinheiro, tempo e esforço em construí-los é para poder usar armas nucleares.

Durante a Guerra Fria, Rússia e Estados Unidos buscaram formas diferentes para proteger e lançar tais mísseis, que foram escondidos em silos, caminhões pesados e submarinos.  Todos os ICBMs seguem um modelo parecido. Os mísseis são alimentados por combustível sólido ou líquido, e saem da atmosfera rumo ao espaço.

A carga do projétil - normalmente uma bomba termonuclear - então entra novamente na atmosfera e explode ora acima ou diretamente sobre o seu alvo.  Alguns ICBMs consistem em "Mísseis de Reentrada Múltipla Independentemente Direcionados" (MIRV, na sigla em inglês).  Os MIRVs são projéteis lançados em terra ou mar (de um submarino) o qual, após ativar sua pós-combustão e deixar a atmosfera, fragmentam-se em diversas partes com orientação independente, atingindo múltiplos alvos e causando maior impacto pela alta velocidade atingida, confundindo os sistemas de defesa.

Durante a Guerra Fria, o alcance e o potencial de destruição dos ICBMs foram considerados chave para o conceito de "Destruição mútua assegurada" (MAD, na sigla em inglês), doutrina de estratégia militar pela qual o uso maciço de armas nucleares por um dos lados acabaria por resultar na destruição de ambos - agressor e defensor.

Arsenal
O programa de mísseis da Coreia do Norte começou com os Scuds (míssil balístico móvel, de origem soviética, com curto alcance), importados do Egito em 1976. Mas, menos de dez anos depois, em 1984, o país já estava construindo sua própria versão do projétil, chamada de Hwasong.

Tais mísseis têm um alcance estimado de cerca de 1 mil km, e carregam ogivas convencionais, químicas ou possivelmente biológicas. Em uma análise publicada em abril de 2016, o Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, think tank global especializado em conflitos militares e políticos, avaliou que esses projéteis podem "atingir todo o território da Coreia do Sul e grande parte do Japão".

As relações entre as duas Coreias são tensas e se mantêm, tecnicamente, em constante alerta de guerra.
Os Hwasong-5 e Hwasong-6, também conhecidos como Scud-B e Scud-C, contam com alcances de 300 km e 500 km respectivamente, segundo o Centro de Estudos de Não Proliferação de Armas dos Estados Unidos.
Míssil multi-etapa, Taepodong, tem um alcance intermediário 

Ambos os mísseis já foram testados e utilizados - inclusive, o Hwasong-6 já foi vendido ao Irã.  Já os Nodong têm médio alcance. Desenhados com base no Scud, mas 50% maiores e com motores mais poderosos, podem atingir alvos a até mil quilômetros de distância.

MATÉRIA COMPLETA, BBC Brasil