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sábado, 13 de novembro de 2021

O auxílio eleitoreiro - Carlos Alberto Sardenberg

O Bolsa Família tem origem bem definida no Brasil. Nasceu em 1994, na cidade de Campinas, lançado pelo prefeito Magalhães Teixeira (conhecido como Grama), do PSDB. O nome era Programa de Renda Mínima, com foco bem definido.

Pagava, em dinheiro, um complemento para famílias consideradas miseráveis. Mas para receber o dinheiro, a família deveria manter os filhos na escola, com bons resultados, receber os funcionários da Assistência Social em suas casas periodicamente e frequentar cursos profissionalizantes, entre outras obrigações.

Baseava-se em estudos desenvolvidos no âmbito do Banco Mundial, cujo objetivo era saber por que as famílias permaneciam pobres ao longo de gerações. A resposta: porque as crianças não iam à escola, já que  precisavam ajudar os pais no trabalho. Daí a ideia óbvia: pagar para que as crianças frequentassem a escola e os postos de saúde.

Frequentando a escola, obtendo uma profissão, as pessoas escapariam da pobreza. Aplicado em vários países em desenvolvimento, o programa foi um enorme sucesso. Inclusive em Campinas, fazendo do prefeito Grama um nome nacional. Em 1995, o então governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, do PT, antigo defensor da ideia, criou o Bolsa Escola. Assegurava um salário mínimo a cada família carente que tivesse todas as suas crianças entre 7 e 14 anos matriculadas na escola pública.

Finalmente, em 2001, já no governo FHC, Ruth Cardoso liderou o Bolsa Escola nacional e iniciou o movimento de unificação dos programas de distribuição de renda e combate à fome. Ao final da administração tucana, havia três programas principais, o Bolsa Escola, o Auxílio Gás e o Cartão Alimentação, beneficiando perto de 5 milhões de famílias.

Quando assumiu, em 2003, o então presidente Lula criou o Programa Fome Zero, que se revelou um enorme fracasso e foi abandonado. Em janeiro de 2004, nasceu o Bolsa Família, com um decreto de Lula que unificou todos os programas de distribuição de renda herdados do governo FHC.

A administração petista estimulou fortemente a ampliação do programa pelo país, no que foi bem sucedida. Chegou logo a 12 milhões de famílias beneficiadas. Em resumo, um programa testado e aprovado no Brasil e em outros países. Em alguns deles, a bolsa aumenta na medida em que o aluno progride nos estudos, indo até a universidade, o que deveria ter sido feito por aqui.

Em vez disso, o presidente Bolsonaro extinguiu o Bolsa Família, um programa permanente, para criar o tal Auxílio Brasil, válido apenas para 2022. Reparem: o Bolsa Família estava consolidado, as famílias sabiam como funcionava, já tinham o cartão. Agora, o governo Bolsonaro introduz um programa provisório, eleitoreiro, para o qual ainda não há recursos definidos.[os recursos em parte estão sendo definidos, apesar dos esforços que os inimigos do Brasil, portanto, os favoráveis a que a miséria permaneça, estão desenvolvendo. Vão tentar boicotar no Senado Federal, perderão, recorrerão ao Poder Judiciário, mas VÃO PERDER, são PERDEDORES NATOS. 
As famílias famintas, 17.000.000, não podem ser esquecidas, abandonadas.]  E ainda obriga as famílias a fazerem outro cadastro, para obter outro cartão (certamente com o slogan do presidente) provocando confusão e aglomeração nos postos sociais.  
 
Trata-se de uma maldade com os mais pobres, uma sórdida manobra eleitoreira. E mais: os critérios de concessão do benefício estão mal desenhados, há dispersão de esforços, excesso de burocracia, falta de definição das contrapartidas. Está na cara que o simples e correto seria ampliar e aperfeiçoar o Bolsa Família – mas não se podia mesmo esperar isso de um governo que além de equivocado ideologicamente, é simplesmente incompetente. [o presidente Bolsonaro NÃO EXTINGUIU o Bolsa Família = programa que ajudava os mais necessitados mas também mantinha a situação de miséria dos seus favorecidos - na prática, na verdade ampliou o programa existente de forma a alcançar 17.000.000 de famílias, em situação de extrema miséria, famintas, consequência dos efeitos nefastos da covid-19.
Os contrários  a que 17.000.000 de famílias recebam uma pequena ajuda que reduza um pouco a miséria absoluta na qual vivem, - ops ...  vivem não, tentam sobreviver, consideram o auxílio (que pelo pequeno  valor está mais para esmola) eleitoreiro, visto vigorar em 2022, ano eleitoral. 
 
Aos que nos leem, lembramos que não foi o presidente Bolsonaro quem criou a causa principal do aumento da miséria no Brasil = a pandemia da covid-19 = bem como, por óbvio não foi o presidente Bolsonaro quem estabeleceu que 2022 ocorreria o ápice dos efeitos econômicos da maldita peste, sobre os mais desfavorecidos.
O que querem os que são contra a que 17.000.000 de famílias passem menos fome em 2022? que se condene tais pessoas a uma situação de miséria absoluta, tudo motivado por eventuais prejuízos eleitorais que os inimigos do Brasil = adeptos do 'quanto pior, melhor' + inimigos do presidente + arautos do pessimismo +  establishment + inimigos dos mais pobres = possam sofrer???]
 
Coluna publicada em O Globo - Economia 13 de novembro de 2021

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista - leia matéria completa