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segunda-feira, 12 de julho de 2021

Defesa - Alon Feuerwerker

Análise política

O presidente da República colocou hoje mais claramente os termos da disputa dele com a Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado da Covid-19. Disse que estão tentando atingi-lo por causa de negociações que o terceiro escalão entabulou sobre vacinas, negociações que segundo ele nunca chegaram a andar de verdade. Para ter dito isso, é razoável imaginar que antes tenha passado um pente fino situacional com sua equipe no Planalto sobre as ações do primeiro e segundo escalões.


Ao mesmo tempo, o governismo procura demolir na CPI a tese de que Jair Bolsonaro prevaricou. [é conversa de CPI sem causa, considerar aceitável a tese estúpida de que o presidente da República prevaricou; além de não se sustentar por atribuir ao presidente uma omissão que não houve - até que provem o contrário o presidente passou a denúncia para frente - não conseguiram caracterizar a vantagem que seria auferida pelo presidente = "Prevaricação = Código Penal, Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa." 
Imperioso considerar que até o momento não ocorreu o crime que justificasse a prevaricação. 
A compra não foi formalizada, por consequência,  a mercadoria não foi entregue,  consequentemente, não foi efetuado nenhum pagamento. 
Simplesmente surgiu uma ordem de compra eivada de erros primários, de pedidos que não foram oficializados, tentativas de descumprir um suposto contrato (E tempo para efetuar a compra sobrou, só quando a fofoca começou é que suspenderam a tal compra. 
Houvesse corrupção,  haveria pressa, o pedido teria sido entregue, o contrato estaria em andamento, e, constatada ilegalidade, estaria caracterizado  crime.) 
Mas tudo que houve foi que um monte de imbecis se reuniu, ficaram perdidos - não conseguiram sequer descobrir que em inglês companhia se abrevia com CO, o CIA é abreviação de companhia em português.
Por uma questão de principio, de educação, evitamos usar termos inadequados, mas as acusações da CPI contra o presidente Bolsonaro a respeito da Covaxin é tão em pé nem cabeça, que justificaria o capitão usar um daqueles termos: "vão todos t...',  ou 'tou c... e and...', ou ainda, vão todos pqp'.]

 
A correlação de forças na comissão está dada, pelo menos até o momento, e a oposição tem um voto a mais. Isso lhe dá as condições para aprovar o relatório que quiser. Mas é sempre melhor não depender tanto assim da aritmética política. 
Se os fatos ajudarem, o relatório ficará mais forte e andará pelas próprias pernas. 
Se não, será facilmente caracterizado como obra manca resultante de politicagem.

Outros dois detalhes. Parece que haverá mesmo o recesso e a CPI terá de parar. Nada que impeça seus protagonistas de frequentar o noticiário, desde que produzam notícias diárias, ou mais de uma por dia, o que não chega a ser um desafio tão inalcançável. Elas poderão ser produzidas a partir da farta documentação de que a comissão já dispõe. E algumas semanas passam rapidinho. E a prorrogação da CPI por mais três meses além do prazo original já é pule de dez.

Mas algum dia a CPI vai acabar, e as conclusões enviadas às autoridades. Que precisarão decidir o que fazer. E sofrerão pressões de todos os lados para avançar a coisa no terreno judicial. Pois só uma conclusão de CPI não chega a ser arma eleitoral decisiva. E aí, como sempre, quem tiver mais força prevalecerá. O trabalho da oposição é criar uma pressão psicossocial insuportável. O do governo é manter suas linhas organizadas para resistir. 

Vai saber jogar na defesa? Até porque daqui a três meses vai faltar só um ano para a eleição. [Um ano é tempo mais que suficiente para que muitas coisas ocorram, sendo uma delas o esquecimento das conclusões da CPI - caso consigam concluir e provar alguma coisa.
Outra, é o fortalecimento do governo Bolsonaro - na véspera do segundo turno 2018, os institutos de sempre, que produzem as pesquisas de sempre, apresentaram pesquisas com Bolsonaro caindo e ele  foi eleito.
Não podemos esquecer que Aziz foi enquadrado, condição que se estende aos demais boquirrotos da CPI Covidão e de outras áreas.]

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político