O PT pode não ter tentado criar uma
“frente” contra -+ mas é inegável que tentou uma espécie de
“movimento” da sociedade civil. Até agora, não logrou sucesso. Os dias
não andam fáceis para os “companheiros”. É claro que o passivo do
partido no terreno ético tem um peso enorme. A Lava Jato é
destrambelhada, transgride as leis com uma frequência e uma ligeireza
absurdas e se deixou capturar pela política. Tudo isso é verdade. Mas
não é menos verdadeiro que o partido — e não foi o único — foi pego com a
mão da massa. Isso acabou sendo mel na sopa para um candidato como Jair
Bolsonaro (PSL), que se apresentou contra tudo e contra todos. Desde
que Lula não fosse o candidato do PT, os bolsonaristas sempre preferiram
que o adversário fosse do partido. Ficava mais fácil bater. E está
sendo, como se vê.
A ascensão de Jair Bolsonaro na reta
final do primeiro turno já tinha ligado o sinal do alerta. As primeiras
pesquisas sobre o segundo turno deixaram claro que a situação é, de
fato, muito difícil. Ainda que o PT já tenha assegurado um posto
privilegiado a partir de 2019 o de líder da oposição, é claro que o
objetivo era ganhar. Mas a onda pró-Bolsonaro se estendeu à etapa final.
Não só ele disparou na preferência como viu cair a sua rejeição. Sim, a
máquina de produzir “fake news” do bolsonarismo, sob o comando do
candidato ou não, é poderosa. Mas não é só isso: a campanha de Haddad
está experimentando a força do antipetismo, que é a ala mais
entusiasmada do ódio à política que toma conta do país.
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Blog do Reinaldo Azevedo