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quarta-feira, 28 de junho de 2023

Meu terrível crime de opinião - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Em seu editorial de hoje, a Gazeta do Povo comenta o caso envolvendo a Jovem Pan, constatando que cancelar concessão "por crime de opinião" é medida ditatorial. Eis o primeiro parágrafo:

Desde o período eleitoral a liberdade de expressão tem sido agredida como nunca se havia visto no Brasil desde a redemocratização, quase 40 anos atrás: 
houve censura prévia contra documentários, a imposição de direitos de resposta claramente inverídicos, a remoção costumeira de conteúdos verídicos que desagradavam candidatos e, mais recentemente, a intimidação contra quem critica determinados projetos de lei. 
Parecia difícil que pudéssemos ver algo ainda mais drástico, mas o Ministério Público Federal em São Paulo acaba de demonstrar que sempre é possível avançar ainda mais na repressão ao discurso livre. 
Em ação civil pública, os procuradores Yuri Corrêa da Luz e Ana Letícia Absy pretendem algo que apenas a ditadura militar havia realizado até agora: cassar concessões de telecomunicação.

Como eu era da Jovem Pan durante o período em questão e tive meu nome mencionado mais de uma dezena de vezes no relatório de mais de 200 páginas, vale resgatar meus terríveis crimes de opinião aqui, para o leitor ter noção do que se trata, e avaliar se concorda ou não com o editorial da Gazeta.

Antes, porém, vale lembrar que a Jovem Pan não era um veículo "de direita", mas sim com alguns conservadores dando voz à metade do povo, grosso modo, que não encontra qualquer representante entre os comentaristas de outros veículos, onde há hegemonia da esquerda. Isso até a peça comunista do MPF reconhece, ainda que em nota de rodapé: No período analisado na presente ação, o papel de divergente foi desempenhado, no programa “3 em 1”, por exemplo, por Amanda Klein e Fábio Piperno, que debatiam com uma maioria formada, entre outros, por Rodrigo Constantino, por Marco Antonio Costa e por Jorge Serrano. Já no programa “Morning Show”, foi desempenhado, por exemplo, por Guga Noblat, que debatia com uma maioria formada, entre outros, por Adrilles Jorge, Zoe Martinez, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo. Vale notar que o quadro de comentaristas da JOVEM PAN é cambiante e não se reduz aos mencionados ao longo desta peça.

Agora vamos às minhas falas que os comunistas, digo, os procuradores apontam para incriminar a Jovem Pan:

“O sistema é opaco. Falta transparência. Só tem Butão, Bangladesh e Brasil com essa urna totalmente fechada. 
Barroso é um iluminista, gosta muito da França, como nossa imprensa esquerdista, adora a revolução francesa e tudo e deveriam olhar como foi a eleição na França. Foi com papel. 
Então o Rodrigo Pacheco está sendo demagogo (...) Então veja, está tudo errado. É um esforço muito grande de mascarar a situação e calar o povo. É o povo que tem que confiar no sistema. O sistema eleitoral transparente é aquele em que o povo confia. Não adianta você duplicar o cabo de força, abrir a urna em uma universidade e chamar até mesmo o exército para olhar de longe porque isso não vai acalmar o povo. E o povo tá vendo o seguinte. Tem um larápio, tem um ladrão ali (...) que é o líder nas pesquisas. Só que ele não tem povo. Ele não consegue colocar meia dúzia de pessoas nas ruas. 
É óbvio que se esse sujeito ganhar, com uma certa folga, é óbvio que a turma toda vai desconfiar, e com razão. Aqui é a análise, não estou incitando nenhuma reação, não. Mas a análise é a seguinte: uma boa parcela da população brasileira vai ficar bastante revoltada se isso acontecer.”
 
“Tudo é muito suspeito aí. A fala do Presidente Bolsonaro não tem absolutamente nada de falso ali. Não existe fake news. Aconteceu exatamente aquilo que ele disse. 
 O Ministro Fachin, que foi garoto propaganda da Dilma Roussef, que é simpatizante do MST, ele chamou embaixadores para dar a entender que o Presidente Bolsonaro é uma espécie de golpista. 
O Ministro Barroso foi no Congresso tentar interferir no processo de votação de uma PEC para tentar mudar o sistema e adotar o voto impresso. Há esse ativismo escancarado, Ministros do TSE e do STF deixam muito claro que querem derrotar Bolsonaro. E isso tudo já se configura, por si só, uma espécie de golpe brando. No mínimo, uma eleição manietada, influenciada de alguma forma pelo próprio sistema contra um dos candidatos”.

“É verdade, dificulta o processo de sacanagem, se tiver, mas concordo com o Serrão, Mesmo acatando 100% das demandas dos militares, não havendo voto impresso, não há apuração pública e o sistema seguirá opaco”.

“Quando houve rompimento total das instituições, quando não há mais harmonia e independência dos poderes e existe uma ditadura implantada por uma elite ungida do Supremo e que destitui político eleito, que cala parlamentar, que censura pessoas nas redes sociais, que manda polícia atrás de empresário que não cometeu crime nenhum. Isso é um abuso flagrante. Alguma coisa tem que ser feita. O Senado é omisso porque tem um cúmplice que senta na cadeira, e existe prerrogativas constitucionais para a ação das Forças Armadas nesse cenário. Agora, achar que a liberdade é incompatível com a atuação rigorosa das Forças Armadas é desconhecer um pouco a história. Como eu disse, as liberdades nunca foram conquistadas por licença de ungidos. Elas são defendidas no mundo por homens fardados.”

“Eu vou fechar falando mais uma vez o óbvio: todo brasileiro sensato e honesto já percebeu que há um golpe em curso . Esse golpe envolve, por exemplo, a parcialidade, o viés, a postura partidária de um Supremo Tribunal Federal (...) O golpe está em curso. 
As Forças Armadas se manifestam, dão sugestões, fazem críticas, apontam os pontos fracos e são recebidas com escárnio, com ironia do Presidente do TSE Fachin, com trocadilho infame e a insinuação de que está abaixo do Presidente. 
A instituição que goza de maior prestígio no Brasil, segundo as pesquisas. Então está tudo muito claro o que está acontecendo. Essa turma pode tentar dobrar a aposta, achando que vai todo mundo ficar passivo, observando. Vamos ver”.

Ou seja, meu terrível crime de opinião foi ter feito uma análise precisa do cenário político brasileiro, acertado em praticamente todas as previsões, e como que para provar meu ponto, o MPF resolveu destruir a Jovem Pan por ter dado voz a quem disse a verdade.

Para me retratar, devo repetir mil vezes todos os dias que nosso sistema eleitoral é perfeito, inviolável e motivo de orgulho nacional, além, claro, de inveja internacional
Esqueçam Neymar e Pelé: quando falo que sou brasileiro, todos os gringos logo comentam sobre a maravilhosa urna eletrônica do Brasil, que não é adotada em nenhum país rico provavelmente por falta de capacidade tecnológica, mas que Butão e Bangladesh utilizam. 
A democracia está salva! Parabéns aos envolvidos...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES