Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Graças a Rodrigo Maia, que fez conchavo com o PCdoB, a MP que trata da
carteira estudantil grátis por aplicativo irá caducar neste final de semana.
Foi um agrado do Porquinho Chileno aos pelegos da UNE, ao não colocar a matéria
em votação. A UNE havia acusado o Governo Bolsonaro de "retaliação",
por motivos ideológicos. Dessa forma, as entidades estudantis vão voltar a ter
direito de cobrar pela emissão das carteiras, de modo a embolsar milhões de
reais por ano.
Assim, resta aos estudantes correr atrás, até o dia 16/02/2020, para ter
o documento gratuito pelo menos neste ano. Nova MP sobre o assunto só pode ser
apresentada em 2021. Pior de tudo: a MP sequer passou pela Comissão regulamentar, ou seja,
sequer foi analisada. Vai ser jogada direto na lixeira sem ao menos os
deputados terem aberto os trabalhos para discutir o assunto. A culpa não é só do Botafogo da Odebrecht, mas também do governo
Bolsonaro, que fica jogando MPs e PLs no ar, do tipo "se colar, colou, se
não colou, eu fiz minha parte". Não basta botar os "filhos" no
mundo, é preciso cuidar deles, correr atrás dos pirralhos, dar alimentação e
cuidados de saúde, para que não morram pelo caminho.
Ora, é obrigação do governo federal ter uma articulação forte junto ao
Congresso Nacional, para brigar pela aprovação de projetos encaminhados ao
Parlamento - os tais "filhos" -, fazer um trabalho direto,
corpo-a-corpo, permanente, junto aos congressistas. Sem essa ação de presença e
convencimento, nada avança e é derrota em cima de derrota, como vem ocorrendo
com muita frequência. E a "filharada" de Bolsonaro mais morre do que
sobrevive.
Afinal, quem é esse interlocutor político do governo federal junto ao
Congresso Nacional? Existe ou não existe essa pessoa ou grupo de pressão? Se
existem, são inoperantes e merecem perder o posto, por sua total ineficiência
nesse importante cargo.
Urge o governo Bolsonaro rever essa sistemática política, de modo a
trabalhar harmonicamente com o Congresso Nacional. Do contrário, os presidentes
da Câmara e do Senado vão ser os reais protagonistas das ações governamentais,
tornando Bolsonaro uma mera rainha da Inglaterra. E transformando Rodrigo Maia
em Primeiro Ministro.
Como denunciou o jornalista Alexandre Garcia (https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2747565108806586&id=100006593716644),
a perda ainda maior e mais grave do poder do Executivo pode começar no dia de
hoje, quando o Congresso começa a analisar a derrubada de vetos presidenciais,
de modo que Bolsonaro tenha ainda menos poder de manobra sobre o orçamento
federal. Pode ocorrer o caso de Bolsonaro só poder liberar verbas com a
aprovação do Relator do Orçamento, ficando manietado e refém do Congresso,
restando-lhe míseros trocados para tocar as obras de que o Brasil tanto precisa.
Félix Maier é Capitão reformado do EB.