Grupo formado pelas principais economias mundiais quer entrada de mais ajuda humanitária e aumento da proteção de civis palestinos
A decisão do G-7 resulta de uma reunião entre os chanceleres dos países-membros em Tóquio. A “pausa humanitária” é diferente do cessar-fogo, que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que correria o risco de permitir o Hamas de se reorganizar e “repetir 7 de outubro uma e outra vez”.
“Apoiamos pausas humanitárias e corredores para facilitar a assistência urgentemente necessária, o movimento civil e a libertação de reféns”, disse o comunicado dos ministros das Relações Exteriores do G-7. “Ressaltamos a importância de proteger os civis e o cumprimento do direito internacional, em particular do direito internacional humanitário”.
O comunicado condena o ataque do Hamas a Israel, que, segundo Israel, deixou 1,4 mil judeus mortos, a maior parte civis, e ressalta a necessidade urgente de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, comandado pelo braço político do Hamas, os ataques aéreos israelenses mataram mais de 10 mil pessoas e feriram mais de 26 mil. Além do G-7, importantes nações do Oriente Médio, como Arábia Saudita, Jordânia e Egito, apelaram às autoridades americanas para que Israel interrompa a ofensiva.
A Casa Branca apoia o direito de Israel de se defender e o objetivo de eliminar o Hamas, mas tem feito cada vez mais pedidos de pausas humanitárias para levar mais ajuda a Gaza. Pouco mais de 520 caminhões de ajuda entraram em Gaza no último mês, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA. O número é próximo do número que a ONU enviava diariamente antes do início da guerra.
O presidente dos EUA, Joe Biden, ligou para o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, na segunda-feira e discutiu a possibilidade de “pausas táticas”, segundo a Casa Branca. Netanyahu disse posteriormente à ABC News que embora Israel considere as pausas táticas, não haveria cessar-fogo sem libertação dos 240 reféns sob posse do Hamas.
No comunicado do G-7, os ministros também expressaram preocupação com “aumento da violência de colonos extremistas cometidos contra palestinos” na Cisjordânia. Os ministros disseram que trabalhariam juntos “para negar ao Hamas a capacidade de arrecadar e usar fundos para realizar atrocidades”, inclusive impondo novas sanções.
O comunicado também pediu “uma solução de dois Estados” como “o único caminho para uma paz justa, duradoura e segura”.
A
declaração pareceu se alinhar mais do que as declarações anteriores do
G-7 com a abordagem que o Japão adotou desde o início da guerra.
Enquanto a maioria de seus pares do G-7 ofereceu apoio total a Israel, o
Japão se destacou ao emitir declarações públicas mais comedidas pedindo
que “todas as partes” “exerçam a máxima contenção” no conflito e
expressando preocupação com “um número de baixas em Gaza”.
Internacional - O Estado de S. Paulo