Anistia Internacional denuncia 13 mil execuções por enforcamento nas celas de Saydnaya
Relato do inferno: ‘Quatro da manhã era a hora da tortura’
No meio da noite, prisioneiros eram arrancados de suas celas e enforcados em grupos de 20 a 50. Em cinco anos, foram 13 mil pessoas executadas na prisão síria de Saydnaya, por ordem do ditador Bashar al-Assad, revela um relatório da Anistia Internacional. Os prisioneiros eram torturados, privados de comida, água e atendimento médico. Quem passou por esta rotina de abusos relata ter vivido dias de um verdadeiro inferno, como o jovem Omar El Shogre, que foi preso aos 17 anos e perdeu 35 quilos em três anos de cárcere.
"Eram deixados (enforcados) de 10 a 15 minutos", diz o informe "Matadouro humano: enforcamentos e extermínio em massa na prisão de Saydnaya", com base em depoimentos de testemunhas. "No caso dos mais jovens, o peso não era suficiente para morrer. Os ajudantes dos carrascos os puxavam para baixo, quebrando o pescoço." Os corpos eram enterrados em covas coletivas, em um mais um capítulo sangrento recém-descoberto da guerra civil síria.
Após a publicação do relatório, que gerou críticas mundiais de vários países, o governo sírio negou as acusações. O Ministério da Justiça de Damasco declarou que o documento é completamente falso e tenta prejudicar a reputação da Síria internacionalmente.
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