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domingo, 26 de setembro de 2021

O que matou Isabelli? - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

Aos 16 anos, ela sofreu uma anemia hemolítica nos dias seguintes ao recebimento da vacina. É o que mostra o seu prontuário hospitalar Isabelli Borges Valentim | Foto: Reprodução
Isabelli Borges Valentim | Foto: Reprodução
 
Isabelli Borges Valentim, de 16 anos, tomou a primeira dose da vacina contra covid-19 (Pfizer) no dia 25 de agosto. Morreu de infarto no dia 2 de setembro, em São Paulo. Sobre o caso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou uma nota emitida pelo Centro de Vigilância Epidemiológica do Governo do Estado de São Pauloassinada por representantes do Grupo de Trabalho em Eventos Adversos Pós-Vacinação da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações (GT-EAPV-CPAI).  
A nota diz que não identifica relação entre a vacina e a morte de Isabelli. “Não é possível atribuir diretamente a doença e o óbito à vacinação. Tal caso não pode ser usado como sinal de segurança, muito menos ser justificativa para alterar a estratégia de vacinação de adolescentes sem comorbidades”, conclui a nota do Grupo de Trabalho, emitida pelo CVE. Na breve justificativa, o documento assinala que “o grupo concluiu que a paciente não apresentou qualquer doença cardiológica”. O atestado de óbito diz que Isabelli morreu de choque cardiogênico e infarto do miocárdio.

A nota sobre a investigação do GT-EAPV-CPAI afirma que “o quadro clínico e os exames complementares sugerem púrpura trombótica trombocitopênica (PTT)”. “A PTT é uma doença rara e grave, normalmente sem uma causa desencadeante conhecida. Apesar da relação temporal com a vacinação, não há como atribuir relação causal entre PTT e a vacina covid-19 de RNAm.” Isabelli nunca apresentou, nos seus 16 anos de vida, nenhum sinal de doença autoimune — nem PTT, nem outra qualquer.

Isabelli começou a passar mal menos de 24 horas depois de vacinada

A deputada Janaina Paschoal apresentou um requerimento de informação à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo com uma série de questionamentos sobre o caso de Isabelli Borges Valentim e sobre a conclusão das autoridades de saúde. Em um trecho de suas ponderações, a deputada escreve o seguinte: Muito embora a equipe de especialistas tenha declarado, superficialmente, que não há conexão entre a vacina e a morte da adolescente, não evidenciou de forma categórica que a doença, por si só, teria levado a jovem à morte, não fosse a vacina.”

Isabelli começou a passar mal menos de 24 horas depois de vacinada — com dores de cabeça, tontura e falta de ar. O quadro evoluiu para dormências pelo corpo, alteração na fala, lapsos de consciência e crises convulsivas até a internação da adolescente na UTI do Hospital Vida’s. No seu requerimento, a deputada Janaina assinala que “é importante entender até que ponto a vacina não agiu como catalisador para a manifestação da PTT, haja vista a existência de relatos em outros países de situações semelhantes”. Ela prossegue: “Imperioso mencionar que no sítio oficial do governo do Reino Unido, no dia 3 de setembro de 2021” — coincidentemente no dia seguinte à morte de Isabelli —, “publicou-se haver evidências de associação entre vacinas contra covid-19 (com tecnologia de RNAm, a mesma da fabricante Pfizer) e miocardites”.

Como se vê, a conclusão da junta de especialistas do Estado de São Paulo avalizada pela Anvisa — determinando não haver relação identificável entre a vacina e a morte de Isabelli — suscita um universo de dúvidas. A deputada observa ainda a falta de orientação às famílias sobre riscos de efeitos adversos a longo prazo associados às vacinas, especialmente na adolescência — conduta que informa ter identificado em outros países, valorizando a importância da autonomia do paciente na decisão com seu médico.

Isabelli sofreu uma anemia hemolítica — destruição súbita e avassaladora das hemácias — nos dias seguintes ao recebimento da vacina. É o que mostra o seu prontuário hospitalar. Ela não tinha nenhum sinal de anemia anteriormente à vacina contra covid. Esse quadro evoluiu para convulsões até chegar ao infarto agudo do miocárdio que a matou.

Enquanto a mãe de Isabelli, Cristiane Borges, tenta em meio à sua tragédia buscar o conhecimento completo sobre o que fez a vida da sua única filha acabar aos 16 anos de idade, autoridades e veículos de comunicação sentenciam sumariamente que a vacina é inocente. É muito importante que os esclarecimentos suficientes sobre esse caso sejam feitos.

Se você acha que esse problema não é seu, você está enganado.

Leia também “Cidadãos de 2ª classe, cobaias de 1ª”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste

[O Blog Prontidão Total aproveita o ensejo e reitera sua posição favorável às vacinas.

Infelizmente, a medicina não é uma ciência exata e nela nada há de definitivo e muitos resultados demandam prazos para se tornarem regras - mesmo assim, exceções continuarão surgindo. 

Assim, só nos resta usar o que temos para combater aquela doença e destacar que até o momento o uso do disponível tem vencido o combate à doença e reduzido sua propagação.

VAMOS USAR O QUE TEMOS E PROMOVER,  SEMPRE QUE NECESSÁRIO e POSSÍVEL, OS AJUSTES CABÍVEIS.  AINDA NÃO EXISTE ALTERNATIVA.