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segunda-feira, 4 de março de 2019

Convite oportuno e recusa irresponsável

Não há medida mais urgente a ser tomada para evitar a falência do Brasil de hoje do que a reforma da Previdência

Há pouco mais de uma semana, o presidente Jair Bolsonaro foi pessoalmente ao Congresso Nacional levar a proposta de seu governo para a reforma do sistema previdenciário. Foi um gesto digno de nota porque, por meio do simbolismo que ele encerra, sinalizou claramente a importância do tema não apenas para o sucesso do governo de turno, mas sobretudo para o bom destino do País. Não há medida mais urgente a ser tomada para evitar a falência do Brasil de hoje e, assim, manter vivo o sonho de um Brasil desenvolvido no futuro do que a aprovação de uma ampla reforma da Previdência, tal como a proposta pelo Poder Executivo.

Na ocasião, o presidente da República teve a altivez de reavaliar seu passado como deputado federal. É sabido que Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados, votou contra projetos de reforma previdenciária bem menos ousados do que o seu, cerrando fileiras com os defensores dos privilégios das corporações de servidores públicos que, até aqui, têm sido bem-sucedidos em nos manter no atraso. Nós erramos no passado, eu errei no passado, e agora temos uma oportunidade ímpar de garantir às futuras gerações uma Previdência em que todos possam receber (suas pensões e aposentadorias)”, disse Bolsonaro, ao lado dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Jair Bolsonaro mostrou ainda humildade ao deixar claro aos presidentes das Casas Legislativas que o projeto que entregava seria “aperfeiçoado” pelo debate no Poder Legislativo. 

A mesma contrição haveria de ser feita pelos partidos que se opõem não ao governo, mas à reforma. Mas não foi o que ocorreu. Na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro convidou o PDT e o PSB para uma reunião entre ele e as lideranças partidárias no Palácio do Planalto. Foi mais um oportuno gesto do chefe do Poder Executivo para engajar todas as forças políticas que se pretendam genuinamente preocupadas com o bom termo de um projeto vital para o País, como é o caso da reforma da Previdência. É fato que Jair Bolsonaro tem pela frente a difícil missão de organizar sua base de apoio no Congresso. Não menos importante é o desafio de estabelecer uma relação republicana com os partidos de oposição, não os tratando como inimigos em uma guerra que não existe,[a guerra acabou, vencemos. só não podemos repetir os erros do passado e permitir  que os derrotados voltem a crescer, especialmente os três - PT, PSOL e PCdoB - que são adeptos do 'quanto pior, melhor'.] pois não passa da sequência de um embate eleitoral. Passado o pleito, é de esperar que o interesse nacional prevaleça. Ao convidar os partidos de oposição para a reunião de lideranças Jair Bolsonaro, é bom que se diga, fez sua parte. 

Por sua vez, os líderes do PDT e do PSB recusaram o convite porque o presidente não o teria estendido às lideranças do PT, do PSOL e do PCdoB. Ora, não haveria mesmo por que convidar para o encontro líderes de partidos que não apenas se opõem ao governo – o que nem de longe seria um problema por si só, e sim um sinal de vigor democrático –, mas à própria ideia de reforma da Previdência, seja qual for sua profundidade e extensão.  Nas redes sociais, são frequentes as publicações de parlamentares dos três partidos “excluídos” da reunião de líderes com o presidente da República em que informações falsas ou distorcidas são usadas deliberadamente para desqualificar a reforma da Previdência. Quem age assim não demonstra especial apreço pelo debate responsável de ideias. [os dois que recusaram o convite, passam agora a condição de inimigos do Brasil e de integrantes da bancada do 'quanto pior, melhor' e só podem, até dever, ser considerados e tratados como inimigos, não do Governo e sim do Brasil.]

Evidentemente, ainda há muitos obstáculos a serem transpostos para que a reforma da Previdência seja, enfim, aprovada a começar pela notória desarticulação política do governo e se chegue a tal higidez das contas públicas que governo e sociedade poderão se ocupar de outros temas de importância nacional. Mas é fundamental que, até lá, as eventuais picuinhas políticas sejam postas de lado para que o debate público, ao menos no que tem de mais importante, seja travado com o mínimo de responsabilidade. 

Não custa lembrar que caso a reforma da Previdência não seja aprovada, todos os atuais mandatários, seja no Poder Executivo, seja no Legislativo, haverão de prestar contas com a História. [podemos incluir o Poder Judiciário que certamente será convocado pelos inimigos do Brasil a se imiscuir na reforma da Previdência e com presteza atenderá e emperrará o andamento.]

Opinião - O Estado de S. Paulo