Por mais inacreditável que possa parecer, Dilma Rousseff, a
mandatária estabanada nas ações e palavras, deposta por mutretagem nas
contas públicas, resolveu testar de novo a paciência dos brasileiros e
está retornando à cena política. Na ativa. E o que é mais surpreendente:
desponta como candidata ao Senado por Minas Gerais com reais chances de
se eleger, na dianteira das pesquisas, celebrada de novo na condição de
“mãe dos pobres”. Se brincar tenta até o governo do Estado. Não está
fechada ainda a melhor posição. Os petistas a enxergam como um “ás” na
manga.
Trata-se de uma estranha patologia nacional, esta de não aprender
com erros passados e, o que é pior, de insistir neles como a imaginar
que no trêfego debruçar sobre experiências desastrosas o País vai acabar
por encontrar a boa saída. Ledo engano. Nas últimas décadas, o Brasil
exibiu qualidades invulgares como cenário de aprendizes de feiticeiro
que deixaram de herança uma bagunça administrativa de alto custo a
pagar. Foi assim nos idos de Collor, o primeiro a abrir a fila de
“impichados” – depois reconduzido ao Congresso – e voltou a se repetir
com Dilma, o célebre poste de Lula, inesquecível no plano das anedotas
por suas lições de como estocar vento, de saudação à mandioca, de
respeito ao ET de Varginha e de imprecações linguísticas do tipo
“mulheres sapiens”. Seu intuito de ir às urnas constitui, por um variado
e amplo leque de motivos, uma aberração. O País que passou o que passou
nas mãos dessa senhora – responsável por colocar a economia de joelhos
praticando a mais devastadora recessão de todos os tempos, que esteve no
comando quando os saqueadores dos cofres públicos fizeram a festa,
quebraram a estatal de ouro Petrobras e roubaram a rodo – não poderia
cogitar a hipótese de aceitá-la novamente saracoteando no poder. A não
ser que tenha vocação para o sofrimento. Sob outro aspecto não menos
danoso, do ponto de vista legal, a candidatura fere de forma gritante os
preceitos da Constituição que atrela o impeachment à perda dos direitos
políticos por oito anos. Está lá, letra por letra, disposto na Carta
Magna o crime e respectiva descrição da pena decorrente da cassação.
Ocorre que o ministro Ricardo Lewandovski, outro mestre do triunvirato
da Segunda Turma do STF, ao lado de Toffoli e Gilmar Mendes, que de uns
tempos para cá vem sacudindo o coreto legal com decisões arrepiantes,
achou por bem costurar junto com o então presidente do Senado Renan
Calheiros, mais uma gambiarra jurídica: a perda do cargo sem
inabilitação. Fatiou as votações no parlamento em duas etapas e assim
manteve a presidente deposta como apta a participar de futuros
escrutínios. Diversos partidos se organizam para tentar impugnar essa
possibilidade. Pareceres de magistrados são emitidos negando a condição
de elegível para Dilma. Mas tribunais não se mostram muito receptivos a
considerar a revisão – embora a dita cuja ex-presidente siga sob o peso
de processos, inclusive da CVM, pela compra superfaturada de Pasadena,
fio-condutor de toda operação Lava Jato.
Você pode estar se perguntando como é possível isso? Mas o
ressurgimento de Dilma na atual circunstância simboliza, na prática, de
maneira dramática, o enorme fosso de dificuldades e desânimo que tem
tido o eleitor para garimpar e ungir ao comando seus líderes. Pode-se
atribuir à índole cordata do povo a predisposição de, mesmo depois de ir
às ruas gritar “Fora Dilma!”, assumir logo a seguir um estágio de
resiliência absoluta na qual é capaz de perdoar falhas dos vilões de
outrora. Ou aduzir outros motivos, tal qual a propensão nata do
eleitorado a mover-se quase sempre, cegamente, pelo recall de imagem dos
postulantes a cargos públicos e pela enganação marqueteira de
informações fabricadas que os programas partidários tratam de veicular.
De um jeito ou de outro, a excrescência de uma candidatura Dilma está
posta. Cabe a cada um repudiá-la, dizendo não na urna.
Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sábado, 7 de julho de 2018
“Dilma está voltando, queridos!”
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