Na
ONU, presidente do Zimbábue defende igualdade de gênero, mas rechaça imposições
Em mais
um de seus discursos contundentes, o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, se
disse um defensor dos direitos humanos. Mas logo antes
de se dizer contra direitos que ele considera “novos”, durante sua fala na Assembleia Geral da ONU.
— Respeitar e garantir os
direitos humanos é uma obrigação de todos os estados. Mas
não há nada na Carta das Nações Unidas que nos obrigue a certas situações
universais. Nós rejeitamos politizações e dois pesos e duas medidas. Nós
igualmente rejeitamos tentativas de prescrever novos direitos que são
contrários a nossos valores, norma, tradições e crenças — disse, antes de refletir por
alguns segundos e levar os presentes na sessão aos risos: — Nós não somos gays.
Enquanto
alguns diplomatas aplaudiram timidamente, outros riram da situação. Para “consertar”, ele começou a falar da necessidade da promoção de maior igualdade de gênero e da
inclusão feminina na diplomacia e na política.
No ano
passado, Mugabe, um antigo crítico da
população LGBT, chamou os relacionamentos homossexuais de
“desumanos”, antes de ameaçar a expulsão de diplomatas que falassem dos
direitos gays.
Duas
semanas antes, Mugabe, 91 anos e
presidente há 36, acabou lendo o mesmo discurso que usou para seu Estado da
Nação, em agosto, provocando interrupções e risos de parlamentares da oposição.
Alguns partidários chegaram a ameaçar de morte os que interrompessem a fala.