Grupos de liberais, como Livres e Instituto Mercado Popular apoiam pautas do presidente eleito ligadas à economia, mas devem se opor ao conservadorismo nos costumes
Eles são favoráveis à reforma da Previdência, mas
também a favor da legalização das drogas. Concordam com Paulo Guedes, mas
discordam de Magno Malta. Quando Jair Bolsonaro entrou no PSL, eles saíram. São
liberais, mas não votaram no capitão da reserva— alguns, inclusive, optaram
pelo candidato do PT, Fernando Haddad. [os votos dessas pessoas são dispensáveis e podem ser doados ao PT, partido perda total, a prova de inutilidade de tais votos é que o capitão venceu com mais de 10.000.000 de diferença o poste petista, que foi receptador dos votos de tais liberais.
Felizmente, tudo indica que o CONSERVADORISMO nos costumes e em outras áreas será a tônica do Governo de JAIR BOLSONARO.]
No limbo da polarização política brasileira,
movimentos liberais, como o Livres e o Instituto Mercado Popular, tentam se
equilibrar entre o apoio a medidas pró-mercado de Bolsonaro, como na
Previdência, e a oposição a pautas conservadoras nos costumes.
A maior parte dos integrantes desses movimentos
votou nulo no segundo turno, como a presidente do Livres, a economista Elena
Landau, ex-diretora do BNDES no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). — Não tinha como votar no Bolsonaro. Ele não é
liberal. Diz que é liberal mas usa a frase “não vou vender a empresa porque é
estratégica” — contesta Elena.
Segundo ela, Bolsonaro não é um “restaurante
selfservice”: não dá para escolher as partes que agradam e descartar as outras.
Também do Livres, o cientista político Fábio Ostermann (Novo), eleito deputado
estadual pelo Rio Grande do Sul, diz que o voto nulo foi uma forma de
demonstrar insatisfação ao que classificou de “piores opções disponíveis”. Para ele, o PT é o símbolo de um projeto que
fracassou, e Bolsonaro representa uma “visão retrógrada”. Os dois deputados
federais eleitos ligados ao Livres dizem que pretendem manter uma política
centrista, capaz de conversar tanto com a oposição quanto com a situação.
— Algumas pautas vão ser alinhadas com o PSL.
Outras vão ser com partidos de esquerda, como o PSOL. Não temos receio —diz
Tiago Mitraud (Novo-MG), que também votou nulo na eleição presidencial.
Cofundador do Instituto Mercado Popular, um
laboratório de políticas públicas liberais, Pedro Menezes declarou voto em
Haddad.
— Bolsonaro me parece instável e a trajetória
dele justifica essa desconfiança — diz.
—Acho que o caminho do Paulo Guedes é bom. O PT
fala muita bobagem na economia, mas respeito o Haddad.