Há reviravoltas e reviravoltas. Com estafante insistência, de uns
tempos para cá – mais precisamente há quase duas décadas – petistas
empedernidos nos falam de uma reviravolta para salvar o Brasil do caos.
Suas receitas e promessas, aplicadas em campo na longa temporada que
ocuparam o poder, acabaram por legar o próprio emblema do caos
lancinante, no plano econômico, social e político, sem exceções, com um
tempero de desemprego e recessão recordes na história. Ninguém disso
duvida. Mas as patranhas palanqueiras do líder máximo da agremiação,
Lula da Silva, hoje detento de ficha 700004553820, seguiram seu curso a
despeito das evidências e alcançaram o último pleito, de embate capital
no próximo domingo, 28, em segundo turno, com inadvertida desfaçatez.
O
menestrel das lorotas Lula e seus seguidores, como a caçoar da
inteligência alheia, redobraram as apostas repetindo como farsa a
ladainha de um resgate do País. Seria decerto uma salvação pela via da
corrupção endêmica que massivamente praticaram. Haddad, o poste da vez,
travestido de conciliador democrata sem aptidão para tanto, tomou para
si o discurso engabelador e aceitou ser servido como presente de grego,
na vã ilusão de enganar eleitores e potenciais aliados distraídos. Não
colou. Encarnou o papel típico de um Cavalo de Tróia, escondendo em suas
entranhas a camarilha de encalacrados petistas que inevitavelmente
traria junto em seu projeto eleitoreiro, e se estrepou todo, caminhando
para uma derrota fragorosa. Converteu-se em mero figurante do jogo.
Pausa para registro: é sabido que Lula, Dirceu & Cia. sempre
almejaram resgatar o poder a qualquer custo e de qualquer maneira –
mesmo que não pela via do voto, como disse recentemente um deles -, mas
decerto representa um lance bizarro, quase ingênuo mesmo, a tentativa do
capo petista de empurrar ao Planalto (sem qualquer chance mais a essa
altura do campeonato) um preposto da velha esquadra de sequazes
saqueadores. Haddad, na campanha montada para lhe vender como algo que
não é, virou pilhéria e provocou vergonha alheia. A agremiação escondeu a
bandeira vermelha com estrela, marca pela qual é mais conhecida, tirou a
imagem de Lula dos santinhos, mostrou seu usual desapego à realidade,
lançando acenos que não cumpre, e perdeu-se no fabulário. A verdade não
tem versões e o PT não entendeu isso. A ópera dos embusteiros acabou
desmascarada. E logo por quem havia acabado de se enfileirar na esquadra
de defesa do lulopetismo. “Lula tá preso, seus babacas! Vocês vão
perder”, bradou o pedetista cearense Cid Gomes em um desabafo tão franco
como surpreendente. Obcecados adoradores do demiurgo não quiseram
ouvir. Possivelmente nem acreditaram no óbvio. Nessa marcha da
insensatez que empreendem devem mesmo sair derrotados porque, de resto,
como os próprios eleitores estão demonstrando nas urnas, Lula não pode
tudo. Ninguém pode.
A corriola de asseclas e militantes é capaz até de
insistir na fé cega da hipótese, afinal muitos habitam um mundo onde as
versões predominam sobre os fatos, as imagens virtuais sobre a
realidade, no qual o universo paralelo serve de refúgio para negar a
seca realidade. Decerto, em dado momento, sairão frustrados. A patota de
caciques petista também. Ela estava convicta de que receberia o aval
para replicar um modelo tão fraudulento como danoso à Nação. Os
formuladores desse pacto foram escorraçados. Receberam um primeiro e
eloquente recado ainda nas eleições municipais, há dois anos, e estão
agora aprendendo, a duras penas, que não se ganha carta branca da
população, indefinidamente, para seguir delinquindo sem punições. A
maioria dos comandantes petistas está condenada. Outros respondem na
Justiça por seus desvios. Lula segue na cadeia e transformou-se num mero
espectro do poder de outrora. Não manda mais nada, não pode mais nada e
fala apenas para um pequeno exército “Brancaleone”, cada dia mais ralo.
Com o distanciamento dos eventos pregressos é possível notar que o
pecado original da parolagem petista foi presumir que a conquista do
Planalto lá atrás fazia do Brasil propriedade privada do partido para
esbórnias sem fim. Ledo engano. A farra está se esgotando. O PT vive
provavelmente o crepúsculo de uma antiga projeção. As artimanhas e as
surradas práticas do patrimonialismo espoliador devem, com ele, sumir do
cenário político. Será essa a verdadeira reviravolta.
Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três - IstoÉ
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sábado, 20 de outubro de 2018
Lula não pode tudo
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