Luis Ernesto Lacombe
Tem gente que não entendeu, não entendeu nada.
E o mal
disfarçado de bem, o pior dos males, o maior dos perigos, avança. Fica difícil
vislumbrar uma solução, uma brecha para a esperança. Querem o silêncio do
inimigo, o extermínio de um lado. São os senhores da verdade atacando, cassando
mandato político, cassando chapas eleitorais vindouras... Não precisam e não
precisarão de provas para nada. Eles sabem de tudo, sempre.
Alexandre de Moraes, ministro do STF e do TSE.| Foto: Rosinei Coutinho/STF
O aviso foi dado. Dessa vez,
o TSE
absolveu por unanimidade a chapa que venceu a eleição presidencial de
2018, mas, da próxima... Talvez nem seja preciso que partidos de
esquerda façam ações singelas, borradas, de poucas páginas, sem provas
específicas de nenhuma imputação.
Notório e condenável será todo crime
que nossos juízes eleitorais criativamente imaginarem, no momento em que
imaginarem, por iniciativa própria, por conta própria, contra quem eles
quiserem.
Há discursos e
atos dos nossos juízes que não transitam pelas leis. Há mecanismos
arbitrários anunciados para entrar em cena na próxima eleição
O que diabos é fake news? Quem pode dizer o que é
conteúdo falso, mensagem inverídica? E mais: como provar que uma inverdade é
deliberada, que dolosamente é usada para enganar alguém, ou que, por
negligência, não foi apurada?
O que é opinião? O que é crítica, indagação, ideia?
O que está na lei? O que não está?
Deixaram claro: disparos em massa de mensagens eletrônicas
não serão tolerados. O candidato será punido, não importa a circunstância. Será
punido, mesmo que não haja prova de sua ligação com empresas responsáveis pelos
disparos, com empresários que tenham porventura contratado a ação. E mesmo um
movimento espontâneo de apoiadores na rede, gerando disparo em massa de
mensagens, está na mira do TSE e será condenado.
Esquece
a história de que não existe responsabilidade por fato de terceiro.
Não
adianta subir a #oqueeutenhocomisso. Dependendo de quem for o político,
a culpa pelo disparo em massa de mensagens será dele, fim de papo. E,
assim, um candidato poderá ser prejudicado por seus próprios apoiadores e
até por um movimento sujo de adversários... [se qualquer um desses políticos que se intitulam candidatos, produzir disparos em massa e acusar Bolsonaro, nem investigação será necessária = Bolsonaro será culpado.] Ou ninguém pensará em
disparar mensagens em massa que possam ser atribuídas ao oponente?
Para
completar, de novo o presidente do TSE defendeu a regulamentação das
redes sociais... Está mesmo perdida em algum canto da Constituição a
garantia à livre circulação de ideias. Ninguém quer saber de retratação,
resposta ou indenização, se a liberdade de expressão for excessiva. O negócio é censurar, calar, banir, tudo em defesa da democracia...[defender a democracia a qualquer custo, democracia que será sempre a praticada pelos adversários do presidente Bolsonaro. Para tal defesa vale até a prática de atos antidemocráticos pelos adversários do presidente e pelas autoridades punitivas.]
Desequilibrar
um pleito, fazendo de conta que se estabelece a igualdade, a
concorrência leal.
Há discursos e atos dos nossos juízes que não
transitam pelas leis.
Há mecanismos arbitrários anunciados para entrar
em cena na próxima eleição. Os canhões estão apontados contra um grupo
específico, contra o debate, contra as opiniões diversas, das quais
costumam sair as melhores respostas... Como reagir a isso? O que ainda
podemos fazer?
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
Luis Ernesto Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES