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domingo, 3 de junho de 2018

Quem matou e quem mandou matar Marielle?

À espera de uma confissão 

E assim se passaram 81 dias, completados hoje, da execução no Rio da vereadora Marielle Franco (PSOL) com quatro tiros na cabeça. O motorista Anderson Pedro Gomes, que a conduzia, também morreu. Uma assessora escapou sem ferimentos. ,
Quem matou Marielle e Anderson? Quem mandou matar Marielle e por quê? Com que arma ela foi morta? São perguntas para as quais a polícia ainda não tem respostas.

Existe um delator que contou saber de tudo. Existem suspeitos presos. [ao que consta o único suspeito preso, tem como motivo para estar preso não o fato de ser suspeito da morte da vereadora,  e sim por suposta participação em outro crime.] E por ora é só.

Faltam provas materiais de que ela foi de fato morta pelos suspeitos delatados. Faltam provas de que ela foi morta por encomenda de milicianos e de um vereador porque Marielle prejudicava os negócios do crime organizado na Zona Oeste da cidade.
Nem mesmo está certo que a arma usada na execução possa ter sido, como se investiga, uma submetralhadora alemã de precisão HK MP5, com calibre de 9 milímetros, capaz de disparar 13 tiros por segundo. Só as forças especiais da polícia a utilizam.

Foi descartada a hipótese de que Marielle tenha sido morta por balas compradas pelo Exército e desviadas de um lote remetido a João Pessoa para uso da Polícia Federal. Dali, parte do lote teria ido parar em outras praças. Depois, perdeu-se o destino das balas.
O governo sequer sabe quantos crimes com mortes são cometidos no Brasil. Considerando-se apenas os assassinatos, no ano passado apenas 6% deles foram solucionados. No Reino Unido, o percentual é de 90%. Na França, 80%. Nos Estados Unidos, 65%. [é inaceitável, inconcebível,  que a investigação do homicidio de  determinada pessoa tenha prioridade sobre a investigação de qualquer outro homicidio;
o valor de uma vida humana, de quem quer que seja, é igual ao valor de outra.
Em vida é comum  atribuir as pessoas valores diferentes, mas, a morte se encarrega de igualar todos os valores.]

O Instituto Sou da Paz pediu às Secretarias de Segurança Pública de todos os Estados informações sobre homicídios esclarecidos em 2017. Apenas seis atenderam ao pedido. O percentual de casos dados como resolvidos em São Paulo foi de 38%. No Rio, 11,8%.
A literatura policial prova à farta que não existe crime perfeito, existe crime mal investigado. O assassinato de Marielle e de Anderson poderá ser mais um.

Blog do Noblat - Veja