Bancos ampliam caixas compartilhados; clientes reclamam de valor das cédulas
O objetivo dos bancos é tornar o Banco24Horas a rede externa de atendimento, mas há clientes que reclamam dos serviços disponíveis
Os bancos estão substituindo cada vez mais os caixas eletrônicos
próprios por terminais de autoatendimentodo do Banco24Horas, uma rede
que permite compartilhar o mesmo equipamento entre várias instituições
financeiras. Em julho de 2014, os bancos
fizeram um acordo para ampliar o compartilhamento dos caixas
eletrônicos. A ideia era substituir, em quatro anos, “uma parcela” dos
caixas eletrônicos que ficavam fora de agências bancárias por terminais
da rede Banco24Horas. Na assinatura do acordo, o Banco24Horas contava
com 15.300 terminais de autoatendimento. Atualmente, são mais de 21.800
caixas eletrônicos instalados, em cerca de 11 mil estabelecimentos
comerciais, em 620 cidades.
O objetivo dos
bancos é tornar o Banco24Horas a rede externa de atendimento, mas há
clientes que reclamam dos serviços disponíveis. Em Brasília, por
exemplo, uma das reclamações é quanto as cédulas disponíveis nos
terminais: R$ 20 e R$ 50, somente. A enfermeira Patrícia Alves
Branquinho, 41 anos, considera positivo ter a rede disponível no
comércio e nos terminais de ônibus e metrô, mas reclama do valor das
cédulas. “Esses caixas ajudam muito porque, às vezes, estou em um lugar
que não tem um banco perto. O problema é que só tem nota de R$ 20 e R$
50”, disse.
O cobrador Kleber Willian Oliveira da Conceição, 39 anos, contou
que tentou sacar um valor inferior a R$ 50, mas não conseguiu. “Fui
sacar uma vez e só tinha nota de R$ 50. Eu nem precisava de todo esse
valor, mas fui obrigado a sacar por não ter outra opção”, disse.
Em
nota, a TecBan, responsável pela rede Banco24Horas, informou que os
caixas eletrônicos da Rede Banco24Horas em Brasília são abastecidos com
notas de R$ 20 e R$ 50. “Os valores disponíveis para saques nos
terminais de autoatendimento da Rede são definidos de acordo com a
disponibilidade de notas de cada região. Em razão da demanda, as
máquinas podem ficar momentaneamente com apenas um tipo de cédula até o
próximo abastecimento. Esses valores garantem uma grande variedade de
combinações e atendem às principais necessidades da população”, disse a
TecBan.
Os serviços disponíveis na rede
compartilhada dependem de cada banco. De acordo com as informações
disponíveis no site da rede, há instituições que oferecem apenas
consulta a saldos e extratos, saques e pagamentos. Em outros bancos, há
opção também de fazer empréstimos e transferências. A
TecBan lembra que o pacote de serviços que o consumidor possui em seu
banco inclui as operações feitas no Banco24Horas, no caixa eletrônico do
banco e nas transações realizadas nas agências bancárias. “Caso o
consumidor não tenha um pacote de serviços, a resolução 3.919 do Banco
Central garante aos clientes, com conta corrente pessoa física, o
benefício de efetuar, todo mês, até quatro saques sem tarifa, duas
transferências, dois extratos, dentre outros, nos canais que compõem a
rede de atendimento do banco, incluindo o Banco24Horas”, acrescentou.
Segundo
a TecBan, o compartilhamento contribui para reduzir os custos
operacionais e de manutenção dos bancos. “Uma grande vantagem do
Banco24Horas é a população poder usar mais de 40 bancos no mesmo caixa
eletrônico. A Rede também beneficia os proprietários do varejo com o
aumento do fluxo de pessoas, do ticket médio [valor médio das vendas] e
do faturamento de suas lojas. Além disso, os terminais ajudam a tornar
os estabelecimentos pontos de referência nas suas regiões, aumentando o
portfólio de serviços disponibilizados aos consumidores e colaborando,
também, com a fidelização”, defendeu a TecBan.
Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) preferiu não se manifestar sobre o assunto.
Correio Braziliense