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sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Ex de vlogueira incendiada em transmissão ao vivo é condenado à morte

A tibetana Lamu tinha centenas de milhares de seguidores no app Douyin (como o TikTok é conhecido na China)

[o regime chinês tem algumas falhas mas sua JUSTIÇA é rápida, implacável e a maior parte dos por ele condenados não reincidem nos crimes.]

A Justiça chinesa condenou um homem à morte por assassinar sua ex-mulher, jogando gasolina sobre ela e incendiando-a, durante uma transmissão ao vivo.  O caso causou indignação em todo o país e trouxe de volta o debate sobre a violência contra as mulheres.  O crime de Tang Lu foi "extremamente cruel e o impacto social, extremamente ruim", disse o juiz.

A tibetana Lamu tinha centenas de milhares de seguidores no Douyin, como o TikTok é conhecido na China. Lamu ficou famosa por suas postagens otimistas sobre a vida rural e costumava ser elogiada por não usar maquiagem em seus vídeos, que recebiam milhões de curtidas. Nas imagens, ela podia ser vista buscando alimentos nas montanhas, cozinhando e cantando canções usando roupas tradicionais tibetanas.

Lamu se divorciou de Tang, que, segundo o tribunal, tinha um histórico de violência contra ela, em junho de 2020, cerca de três meses antes do ataque fatal na casa de seu pai. Ela sofreu queimaduras em 90% do corpo e morreu duas semanas depois. O tribunal da prefeitura de Aba, uma área rural remota no sudoeste da província de Sichuan, onde vive um grande número de tibetanos étnicos, disse que Tang merecia "punição severa" segundo a lei.  Depois de sua morte, dezenas de milhares de seguidores deixaram mensagens em sua página no Douyin, enquanto milhões de usuários da plataforma de microblog Weibo pediram justiça usando hashtags posteriormente censuradas.

A China criminalizou a violência doméstica em 2016, mas ela continua generalizada, especialmente nas áreas rurais. Lamu denunciou Tang várias vezes à polícia, mas os policiais a ignoraram, argumentando que se tratava de um "assunto de família". Ela então se divorciou de Tang, mas voltou para ele depois que o ex ameaçou matar um de seus filhos. Depois que as agressões continuaram, Lamu se divorciou dele pela segunda vez e ganhou a guarda dos dois filhos.

Cerca de um quarto das mulheres casadas na China sofreu violência doméstica, de acordo com um estudo de 2013 da Federação das Mulheres da China. Ativistas temem que um período obrigatório de "esfriamento" de 30 dias recentemente introduzido para casais que desejam se divorciar possa tornar mais difícil para as mulheres abandonarem relacionamentos abusivos.

Mundo - Correio Braziliense


sexta-feira, 15 de março de 2019

Ataques a tiros em mesquitas da Nova Zelândia, transmitidos ao vivo em rede social, deixam 49 mortos

Atirador da Nova Zelândia transmitiu ataque a mesquita pelo Facebook

Christchurch -  Atirador transmitiu ataque a mesquita na Nova Zelândia pelo Facebook. Ao menos 49 pessoas morreram em dois atentados simultâneos

Vídeo mostra caminho até o templo, a chegada ao local e os primeiros tiros contra fiéis. Ao menos 49 pessoas morreram em dois atentados simultâneos


Um dos atentados que deixaram ao menos 49 mortos em duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, foi parcialmente transmitido ao vivo pelo Facebook pelo próprio atirador. Os templos de Masjid Al Noor — onde morreram 41 das 49 vítimas — e Linwood sofreram ataques simultâneos por volta das 13h40 desta sexta-feira, 15 (noite de quinta no Brasil).

As imagens circularam amplamente nas redes sociais, mesmo com a remoção do perfil que as publicou pouco depois do atentado. Aparentemente feito por um dos atiradores, o vídeo mostra o caminho até a mesquita de Al Noor, a chegada ao local e diversos disparos que atingem pessoas aleatoriamente.

A filmagem online, cuja captura pareceu ser de uma câmera presa à cabeça do autor, começa com ele dirigindo enquanto ouve música. Após estacionar, o homem pega duas armas e anda uma curta distância até a mesquita. Durante cinco minutos, ele atira repetidamente em fiéis, deixando mais de uma dúzia de corpos em apenas um cômodo. Ele retorna ao carro para trocar de arma e depois volta para a mesquita para aparentemente atirar em vítimas que mostrassem sinais de vida. O vídeo mostra ainda os fiéis, tanto os possivelmente mortos quanto os feridos, encolhidos no chão.

Um homem que disse estar na mesquita afirmou à imprensa que o atirador era branco, loiro e usava um capacete e um colete à prova de balas. E que ele invadiu a o templo enquanto os fiéis estavam ajoelhados para orar. “Ele tinha uma arma grande. Ele chegou e começou a atirar em todos na mesquita, em todos os lugares”, afirmou Ahmad Al-Mahmoud, que escapou por uma porta de vidro com outras pessoas.

Outra testemunha, ainda com sangue na camisa, disse em uma entrevista à TV que se escondeu do atirador debaixo de um banco e rezou para que as balas acabassem. “Eu estava apenas orando a Deus e esperando que nosso Deus, por favor, fizesse esse cara parar”, disse Mahmood Nazeer à TVNZ. “Os disparos continuaram e continuaram. Uma pessoa que estava com a gente estava com uma bala no braço. Quando os tiros pararam, eu olhei sobre a grade, havia um cara, trocando sua arma.”
De acordo com a polícia, 41 pessoas foram mortas na mesquita de Al Noor, sete em uma mesquita no bairro de Linwood e uma depois de ser levada a um hospital. Segundo unidades de saúde, crianças estavam entre as vítimas.

Fórum na internet avisou sobre atentado
Pouco antes do início do atentado, uma publicação anônima no fórum da internet 8chan, conhecido por ampla disseminação de conteúdo com discursos de ódio, divulgou que o autor “iniciaria um ataque contra invasores” e incluía links para uma transmissão ao vivo no Facebook, nos quais o tiroteio era exibido.
A publicação continha também uma espécie de manifesto. O texto de 87 páginas possui conteúdo supremacista branco, antimuçulmano e anti-imigrantes, e cita um suposto “genocídio branco”, termo geralmente utilizado por grupos racistas para se referir à imigração e ao crescimento de minorias, como motivação.

‘Só pode ser descrito como um ataque terrorista’
A Nova Zelândia declarou seu mais alto nível de segurança logo após a polícia ser notificada da ação dos atiradores. Quatro pessoas foram presas, entre elas uma mulher, mas posteriormente o número de detidos foi corrigido para três. Todos tinham opiniões extremistas, mas não estavam em nenhuma lista de observação da polícia, segundo a primeira-ministra Jacinda Ardern.
“Esse é um dos dias mais sombrios da história do país. Esse tipo de violência não tem lugar na Nova Zelândia, é um ato sem precedentes”, disse Ardern em coletiva de imprensa. “Está claro que isso agora só pode ser descrito como um ataque terrorista”, completou.

Entre os presos está um homem de 30 anos que foi acusado de homicídio. Ele vai comparecer a um no tribunal no sábado. A seleção de críquete de Bangladesh, que estava chegando para orações em uma das mesquitas quando os tiros começaram, conseguiu se salvar. Todos os membros do time estão em segurança, disse o treinador.

Com Reuters e EFE