No encontro entre a presidente do PT e o ministro Dias Toffoli, só não houve troca de ideias. Nenhum deles tem ideias para trocar
Bandidos profissionais guardam distância de camburões, delegacias, tribunais e outros veículos ou imóveis que abrigam homens da lei. É assim em qualquer país. Mas o Brasil não é um país qualquer, confirmou a segunda invasão do Supremo Tribunal Federal por Gleisi Hoffmann, afundada até o pescoço em maracutaias descobertas pela Lava Jato.No mundo inteiro, são os juízes que fecham o certo aos delinquentes. Aqui, meliantes protegidos pelo foro privilegiado sitiam juízes, desembargadores ou ministros de instâncias superiores. Na terça-feira, ao aparecer no STF à caça de uma reunião com a ministra Cármen Lúcia, Gleisi mostrou que nem a mais alta autoridade do Judiciário está livre da inversão inverossímil.
Afundada em bandalheiras multimilionárias, a tuiteira sem cérebro, conhecida nos meios policiais pelos codinomes Amante e Coxa, deveria estar concentrada na busca da vaga no Congresso que talvez adie por alguns anos aquelas batidas na porta às seis da manhã. Mas Gleisi prefere fazer o diabo para livrar Lula do “boi” e do beliche. No dia seguinte, Gleisi reincidiu no espetáculo da insolência e tornou a invadir o STF, de novo à procura de Cármen Lúcia. Como a ministra tinha mais o que fazer, a visitante sem convite teve de contentar-se com Dias Toffoli, o ex-advogado do PT permanentemente à disposição dos antigos e eternos chefes. A dupla transformou o que deveria ser uma audiência num animado reencontro de discípulos de Lula. Trocaram lembranças, trocaram elogios, trocaram gentilezas. Só não trocaram ideias. Nenhum deles tem ideias para trocar.
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