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terça-feira, 5 de setembro de 2017

Rio: 48%mais caro

Cidade sustenta os vereadores mais caros do país. A maioria deles apoia o prefeito Crivella no aumento de impostos de 48%, numa época em que a inflação rasteja em 3% ao ano

O Rio sustenta os vereadores mais caros do país. Eles gastam R$ 811 milhões por ano. São 51 legisladores numa cidade de seis milhões de habitantes. Em média, cada vereador custa R$ 16 milhões ao bolso dos cariocas.  É muito. Principalmente, quando comparado a São Paulo, cidade com o dobro de habitantes. Os 55 legisladores locais gastam R$ 674 milhões. Em média, cada um custa R$ 12,2 milhões aos paulistanos.
Não existe justificativa razoável para que a Câmara do Rio seja tão cara. Exceto, pela anarquia fiscal dominante. 

A cidade tem metade da população de São Paulo e possui receita própria 82% menor — R$ 16,2 bilhões no ano passado. Ainda assim, paga 20% a mais por um Legislativo inferior, em número de vereadores. Sobram evidências da crise na cidade, à margem dos gabinetes refrigerados da Câmara, onde se consomem seis toneladas de açúcar e 960 quilos de leite em pó por ano. Nas ruas 345 mil pessoas vagueiam sem ocupação (151% a mais que 2013 na contagem da Fundação Getulio Vargas). Sob marquises 14 mil adormecem (144% a mais que no passado na conta da prefeitura.) 

No plenário, a maioria dos vereadores passa o tempo concedendo medalhas e promovendo festas como o “Dia do avivamento da Rua Azusa”. Nos bastidores, essa maioria fica solidária ao prefeito Marcelo Crivella em manobra para aumentar em nada menos que 48% no Imposto Predial e Territorial Urbano e no Imposto de Transmissão de Bens Imóveis. Isso numa época de inflação rastejante na marca dos 3% ao ano. A cidade governada por Crivella tem 1,9 milhão de imóveis cadastrados, mas prefeito e vereadores consideram 1,1 milhão de domicílios isentos de tributação. Esse abrupto aumento de imposto vai sobrar para 800 mil pagantes, proprietários ou inquilinos. Os governantes justificam as isenções: os imóveis teriam um valor tributável inferior a R$ 50 mil. 

Na vida real, as isenções compõem um mosaico carioca, combinado à expansão dos negócios de milícias em loteamentos clandestinos e em frotas irregulares de transporte coletivo. Crivella lidera forças emergentes na política local. Elas mimetizam e, eventualmente, se compõem com facções do PMDB, antes dominantes. Não há nada de “justiça social” ou de “revolução urbana” no horizonte da cidade. Da Câmara à Prefeitura do Rio, o objetivo comum é apenas garantir fatias do mercado carioca de votos para as próximas eleições. É mais do mesmo. Com 800 mil pagando 48% mais caro. 

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, terá sua Amaggi S.A., em Cuiabá, restrita aos negócios de capital de giro, recebíveis e crédito consignado, sem operar empréstimos e poupança — esclarece o Banco Central. 

Permanece o paradoxo: o mais novo integrante do clube de donos de instituições financeiras é um político investigado por lavagem de dinheiro e corrupção em negócios públicos, usando bancos privados como Daycoval, BicBanco, BMG e Rural (em liquidação). O BC colabora com o inquérito do Supremo, no qual o ministro é retratado como líder de um “ecossistema delitivo” no Mato Grosso há mais de uma década. [esclarecimento: ser investigado não significa ser culpado.]
 
Fonte: José Casado - O Globo