Na sua
obra Espanha Invertebrada escreveu
José Ortega y Gasset: “A história de uma nação não é somente a do seu período
formativo e ascendente, mas também a história de sua decadência”. Tudo indica
que entramos na história de nossa decadência desde que o governo petista
assumiu o cargo mais alto da República.
Lula da
Silva reinou em seu primeiro mandato sobre as águas mansas do Plano Real, das
políticas públicas do governo anterior. Viajou muito, tornou-se amigo dos
piores ditadores mundiais, gozou como nenhum outro presidente das delícias do
poder. Delícias, aliás, compartilhadas com os companheiros cortesãos.
No
segundo mandato se iniciará a decadência, desenhando-se o que viria em termos
econômicos enquanto escândalos de corrupção aumentavam de volume e velocidade.
Entretanto, o endeusamento de Lula da Silva, o inocente que nada via, de nada
sabia, se mantinha pela força de sua lábia e ele emplacou o “terceiro mandato”
através da eleição de Dilma Rousseff.
Os quatro
anos desta senhora podem ser descritos como descalabro total. Sob as ordens de
Lula ela quebrou a Petrobras e outras estatais, destruiu a indústria, arrebentou
o país como um todo. Mesmo assim, com pequena diferença sobre seu adversário
Rousseff foi reeleita pregando que Aécio Neves seria o exterminador do futuro
brasileiro.
Logo no
início do segundo mandato de Rousseff emerge, porém, o inevitável resultado da
incompetência governamental, dos truques contábeis, da distorção dos dados:
aumento da inflação, do desemprego, da inadimplência, das contas públicas, dos
juros, dos impostos. Situação que Joaquim Levy tenta consertar preparando a
volta de Lula, mas jogando o peso dos erros do governo sobre as costas do povo.
São tempos duríssimos que não acabarão tão cedo, em que pesem as otimistas e
sempre erradas previsões dos economistas.
Mas não é
apenas econômica a decadência em que o governo de Lula da Silva nos mergulhou.
Houve perda de valores e uma crescente amoralidade.
Aqui
darei apenas um exemplo dos muitos que poderiam ser apresentados nesse aspecto.
Como atinge a formação de crianças desde a mais tenra idade considero criminosas
as tentativas que vem sendo feitas pelo governo de se impor como manipulador
educacional sexual. No momento ressurge a ideologia de gênero, elaborada através
de documento que servirá para formulação de planos municipais, pelo Fórum
Nacional de Educação. Nesta construção arbitrária não existe diferença entre
menino ou menina, não são levados em conta dados biológicos e psicológicos da
identidade humana. O ser humano é considerado como assexuado e deverá escolher
se quer ser masculino ou feminino. Seria como revogar a lei da gravidade.
Em
magistral artigo, Educação Sexual
Compulsória, publicado no Estado de S. Paulo em 08/06/2015, analisa Carlos
Alberto di Franco as distorções dessa, diria eu, deseducação:
- “A confusão causada nas crianças no processo de formação de sua identidade, fazendo-a perder referências; 2) a sexualização precoce, na medida em que a ideologia de gênero promove a necessidade de uma diversidade de experiências sexuais para a formação do próprio gênero; 3) a abertura de um perigoso caminho para a legitimação da pedofilia, uma vez que a ‘orientação’ pedófila é considerada também um tipo de gênero; 4) a banalização da sexualidade humana, dando ensejo ao aumento da violência sexual, sobretudo contra mulheres e homossexuais; 5) a usurpação da autoridade dos pais em matéria de educação dos filhos, principalmente em temas de moral e sexualidade, já que todas as crianças serão submetidas à influência dessa ideologia, muitas vezes sem o conhecimento ou consentimento dos pais”.
Ao tratar
desse grave tema que toda sociedade devia tomar conhecimento fatalmente serei
tachada de conservadora, o mais novo xingamento utilizado pelo neoesquerda para
desqualificar os que não rezam por sua cartilha. Quero lembrar que a tese
conservadora, assim como a progressista evoluiu ao longo do tempo em seu
significado, mas, em essência, o conservadorismo se refere à natureza humana
não modificável pela ação prática, porquanto mergulha suas raízes em uma
realidade sobre-humana, a vontade divina. Em outras palavras, somos dotados de
uma consciência e sabemos distinguir o bem do mal, em que pesem as várias
noções de moral de cada sociedade.
Ao mesmo
tempo, o conservadorismo indica que o poder político confiado ao homem é
intrinsecamente tirânico se não for controlado. Daí a constante preocupação dos
conservadores com a existência de mecanismos de limitação do poder e, principalmente,
pela supremacia da lei.
Nesse
sentido assumo ser conservadora, sendo ao mesmo tempo uma entusiasta de todo
progresso que traga benefícios à humanidade. Lamentável é a decadência em que
os autodenominados progressistas da neoesquerda impingiram à nação brasileira.
Por: Maria Lucia
Victor Barbosa é socióloga.
www.maluvibar.blogspot.com.br