Procura-se um
jardineiro
Ou impeachment ou o caos.
O dia 12 de Abril será
o enxotamento dos petralhas. Será o começo do fim.
Tenho
dito que o mundo político é como o quintal da nossa casa, onde brincam os
filhos e brincarão toda a descendência. Cabe ao dono da casa, o cidadão,
escolher se seu quintal será um monturo ou se um jardim. O Brasil está um monturo e precisa urgentemente de um
jardineiro para pôr mãos à obra.
Esse é o sentido das
grandes manifestações populares anti-PT, como a do 15 de Março e como será a de
12 de Abril. Toda a
gente anseia pelo jardineiro que irá fazer as flores florirem novamente. A
higienização do quintal é a tarefa preliminar. Remover o PT é um imperativo
histórico, é a expressão dessa higienização.
José
Augusto Guilhon de Albuquerque, em excelente artigo (Oday after) proclama o dilema brasileiro: ou
impeachment ou o caos.
É claro que o caos não pode imperar, de onde se conclui que uma
transição de poder terá que acontecer. A questão é saber qual virá. Eu torço
para uma solução constitucional, com a
saída de Dilma Rousseff e a posse do vice, Michel Temer. Como os motores da
história estão em movimento e são imprevisível, nada pode ser antecipado.
Michel
Temer tem o perfil adequado para ser esse jardineiro
reparador do monturo. Não espero dele santidade, espero que faça o que o PMDB tem feito, de
fortalecer as instituições, a separação de poderes e a contenção dos ímpetos
revolucionários. Ter um jurista constitucionalista como
ele como vice faz com que rememoremos o bordão: o homem certo no lugar certo. O PMDB, como partido hegemônico,
poderá dar a estabilidade necessária.
Já o PSDB é um partido invertebrado
e vacilante. Não recebe a
ojeriza que o público devota ao PT, mas
não encanta, não tem discurso, não tem esqueleto. A derrota em Minas Gerais do
candidato Aécio Neves foi emblemática e decisiva e só não aconteceu em São Paulo porque
aqui toda a gente quer o fim do PT. PSDB é um saco vazio que não
pode se manter em pé. Aliás, nas eleições do ano que vem em São Paulo, para
prefeito, poderemos ver o efeito desse desencanto dos eleitores. Poderemos ter
grandes surpresas. O partido perdeu o timing dos acontecimentos e está a
reboque dos fatos. Não consegue liderar nada. Um vácuo.
De
qualquer modo, uma transição ensejará e demandará uma composição do PMDB e do
PSDB. Este último não gosta muito do primeiro, mas é inevitável que algo assim
acontece. O PT e seus íntimos aliados
revolucionários é que formarão a nova oposição.
Tudo
está pronto para a transição. Quem viver verá.