Ainda é cedo para se fazer qualquer balanço
definitivo da presença de tropas militares no Rio, mas fica claro que a
integração entre as forças precisa melhorar [bem como precisam ser realizadas mais operações simultâneas abrangendo várias favelas e buscando ASFIXIA dos bandidos.
Elgum efeito colateral deve ser esperado.]
A comunidade do Jacarezinho passa por um momento de grande tensão,
com sucessivos tiroteios entre policiais e traficantes, principalmente
depois que um agente do Core, Bruno Buhler, foi morto em confronto no
local. Como infelizmente já aconteceu no passado com resultados trágicos
— vide Vigário Geral —, policiais passaram a entrar na favela em ações
de características vingativas. [os bandidos precisam ser 'convencidos' que matar policial é um péssimo negócio e os moradores das favelas entenderem que ajudar bandido não faz bem às saúde.
Matou policial a reação tem que ser rápida, precisa e didática.]
Como sempre acontece em operações sem maiores planejamentos, tem havido vítimas das chamadas balas perdidas. É uma trágica volta ao passado do sobe e desce e entra e sai de morros, para, em meio a uma chuva de balas, apreender-se alguma quantidade de drogas e armas, sem que a área seja de fato libertada do jugo do banditismo. A operação militar realizada na região, segunda-feira, com sete mil soldados, e não apenas no Jacarezinho, deve ter se baseado em informações levantadas pelos serviços de inteligência, segundo os enunciados expostos pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, quando as tropas chegaram ao Rio. Não houve apreensão de qualquer fuzil, apenas nove pistolas, um revólver, uma espingarda, duas granadas, munições, drogas e 43 presos.
Explica-se: a ação vazou para bandidos e moradores. Pelo menos um soldado paraquedista terminou preso. Não foi a primeira nem deverá ser, infelizmente, a última vez que isso acontece, principalmente em grandes operações. Mas isso não justifica não aperfeiçoar as precauções, é claro. É certo a quebra do sigilo fez com que apreensões e prisões não fossem proporcionais ao efetivo mobilizado. Nos termos usados por Jungmann, a tropa segue uma “curva de aprendizado”, embora haja o acervo de experiência acumulado no Alemão e na Maré. Sabe-se que ações como a de segunda são importantes, mas seus efeitos têm fôlego curto, caso não sejam acompanhadas pela devida repressão ao tráfico de armas e drogas nas respectivas rotas
Este é um dos aspectos-chave da atuação integrada de organismos de segurança, em toda a Federação, incluindo os federais: PF, Força Armadas e respectivos braços de inteligência. Ainda não se pode dar qualquer balanço conclusivo da presença de tropas federais na região metropolitana do Rio. O preço da conflagração causada pelo tráfico é grande para a sociedade. Na segunda, 64 escolas públicas não abriram devido à operação no Jacarezinho e outras comunidades. Foram prejudicados 27 mil alunos. Ao todo, desde o início do ano, de acordo com a Secretaria de Educação do Rio, 409 escolas já tiveram de ser fechados, afetando aproximadamente 146 mil estudantes.
Nessas circunstâncias, a melhor alternativa é mesmo suspender as aulas. Mas esta situação não pode perdurar, porque, entre outras mazelas, amplia o fosso social na cidade. Melhorar a integração entre as diversas forças, estaduais e federais, nesta “curva de aprendizagem”, é vital.
Fonte: O Globo
Matou policial a reação tem que ser rápida, precisa e didática.]
Como sempre acontece em operações sem maiores planejamentos, tem havido vítimas das chamadas balas perdidas. É uma trágica volta ao passado do sobe e desce e entra e sai de morros, para, em meio a uma chuva de balas, apreender-se alguma quantidade de drogas e armas, sem que a área seja de fato libertada do jugo do banditismo. A operação militar realizada na região, segunda-feira, com sete mil soldados, e não apenas no Jacarezinho, deve ter se baseado em informações levantadas pelos serviços de inteligência, segundo os enunciados expostos pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, quando as tropas chegaram ao Rio. Não houve apreensão de qualquer fuzil, apenas nove pistolas, um revólver, uma espingarda, duas granadas, munições, drogas e 43 presos.
Explica-se: a ação vazou para bandidos e moradores. Pelo menos um soldado paraquedista terminou preso. Não foi a primeira nem deverá ser, infelizmente, a última vez que isso acontece, principalmente em grandes operações. Mas isso não justifica não aperfeiçoar as precauções, é claro. É certo a quebra do sigilo fez com que apreensões e prisões não fossem proporcionais ao efetivo mobilizado. Nos termos usados por Jungmann, a tropa segue uma “curva de aprendizado”, embora haja o acervo de experiência acumulado no Alemão e na Maré. Sabe-se que ações como a de segunda são importantes, mas seus efeitos têm fôlego curto, caso não sejam acompanhadas pela devida repressão ao tráfico de armas e drogas nas respectivas rotas
Este é um dos aspectos-chave da atuação integrada de organismos de segurança, em toda a Federação, incluindo os federais: PF, Força Armadas e respectivos braços de inteligência. Ainda não se pode dar qualquer balanço conclusivo da presença de tropas federais na região metropolitana do Rio. O preço da conflagração causada pelo tráfico é grande para a sociedade. Na segunda, 64 escolas públicas não abriram devido à operação no Jacarezinho e outras comunidades. Foram prejudicados 27 mil alunos. Ao todo, desde o início do ano, de acordo com a Secretaria de Educação do Rio, 409 escolas já tiveram de ser fechados, afetando aproximadamente 146 mil estudantes.
Nessas circunstâncias, a melhor alternativa é mesmo suspender as aulas. Mas esta situação não pode perdurar, porque, entre outras mazelas, amplia o fosso social na cidade. Melhorar a integração entre as diversas forças, estaduais e federais, nesta “curva de aprendizagem”, é vital.
Fonte: O Globo