Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador AI-5 reeditado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador AI-5 reeditado. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

AI-5 reeditado - Alexandre Garcia

Em suma, a proposta é uma abolição final da democracia, tão ferida nesses últimos anos quanto a própria Constituição

A proposta de emenda à Constituição do senador Renan Calheiros legaliza o “inquérito do fim do mundo”, derroga a cláusula pétrea da livre manifestação do pensamento, cassa direitos civis e políticos e transforma o Supremo em tribunal para crimes políticos e de opinião. Ganhou o apoio de 33 senadores e o presidente do Senado enaltece a iniciativa. O relator vai ser o senador Davi Alcolumbre.

Apresentada como uma lei geral contra a intolerância política, a proposta contém intolerância à crítica, às liberdades, ao direito de protestar, amordaçando o cidadão que é origem do poder, a quem os políticos, as autoridades, as instituições de Estado devem servir e escutar. Em suma, a proposta é uma abolição final da democracia, tão ferida nesses últimos anos quanto a própria Constituição.

A proposta confere ao Supremo, que deveria ser um tribunal constitucional, a atribuição de julgar “infrações contra o Estado democrático de direito”. 
Parece ironia, pois o Supremo criou um inquérito sem Ministério Público, em que julga pessoas sem foro privilegiado, e em que é vítima, delegado, promotor e juiz ao mesmo tempo – o que é exatamente o abandono do devido processo legal, característica do Estado de direito. 
 
Pelo projeto é crime xingar políticos e autoridades, como se já não existissem, no Código Penal, punições para a injúria, a calúnia e a difamação. 
Outra ironia é que tanto o autor da proposta quanto 15 apoiadores são investigados ou processados por crimes contra os pagadores de impostos.

Tem cinco propostas o “pacote de defesa da democracia”, que trata de proteger os políticos contra mandados de busca e apreensão perto de eleições, zelando por reeleições. Uma dessas propostas tira o poder do presidente da República de escolher livremente o ministério, proibindo que o ministro da Defesa seja militar da ativa ou da reserva.

Quer dizer, presume que um militar na Defesa seja um risco para a democracia
Essas propostas absorvem a legislação já criada pelo TSE e pelo Supremo que não são órgãos legislativos –, punindo aquilo que, no ponto de vista do interessado, seja falso nas redes sociais, cortando a remuneração de trabalhadores do mundo digital e bloqueando contas nas plataformas. Tribunais da verdade, como em ficção orwelliana.

Deputados e senadores, na Constituição invioláveis por quaisquer palavras, já perderam as prerrogativas, sem que isso cause escândalo no parlamento e na mídia. Parte dessa “opinião pública” está satisfeita com a censura, porque ela atinge a concorrente rede social.

E não defende a Constituição, que é a âncora do Estado de direito. Usa de bom grado a mordaça e ainda quer impô-la aos livres. 
O cerco começou há quatro anos e vai se fechando. 
O Brasil vai ficando parecido com outros países latino-americanos, subjugados pela restrição às liberdades básicas. 
 
A cidadania não percebeu como o totalitarismo avançou, pois boa parte foi desinformada. 
Muitos ficaram hipnotizados pelas fontes de notícias e só acordaram nas eleições, mas já era tarde. 
Só agora descobrem que a Constituição foi esfarrapada. 
Ironicamente, um deputado foi preso porque supostamente pedia a volta do AI-5. E aí está ele, camuflado de defesa da democracia, tática dos tiranos.


LEIA OUTROS TEXTOS DE ALEXANDRE GARCIA

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul região direto no seu celular? Então faça parte do nosso canal no Telegram! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta clicar neste link: https://t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura!