Em suma, a proposta é uma abolição final da democracia, tão ferida nesses últimos anos quanto a própria Constituição
A proposta de emenda à Constituição do senador Renan Calheiros legaliza o “inquérito do fim do mundo”, derroga a cláusula pétrea da livre manifestação do pensamento, cassa direitos civis e políticos e transforma o Supremo em tribunal para crimes políticos e de opinião. Ganhou o apoio de 33 senadores e o presidente do Senado enaltece a iniciativa. O relator vai ser o senador Davi Alcolumbre.
Apresentada como uma lei geral contra a intolerância política, a proposta contém intolerância à crítica, às liberdades, ao direito de protestar, amordaçando o cidadão que é origem do poder, a quem os políticos, as autoridades, as instituições de Estado devem servir e escutar. Em suma, a proposta é uma abolição final da democracia, tão ferida nesses últimos anos quanto a própria Constituição.
Tem cinco propostas o “pacote de defesa da democracia”, que trata de proteger os políticos contra mandados de busca e apreensão perto de eleições, zelando por reeleições. Uma dessas propostas tira o poder do presidente da República de escolher livremente o ministério, proibindo que o ministro da Defesa seja militar da ativa ou da reserva.
Deputados e senadores, na Constituição invioláveis por quaisquer palavras, já perderam as prerrogativas, sem que isso cause escândalo no parlamento e na mídia. Parte dessa “opinião pública” está satisfeita com a censura, porque ela atinge a concorrente rede social.
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