Adasa e Caesb pedem que DF reduza gastos com água imediatamente - Sem chuva, regiões do DF enfrentam cortes no abastecimento, que podem tomar proporções maiores em 73 dias
[o governador Rollemberg tem se destacado pela notória incompetência e caso não queira se afundar mais só resta a ele um recurso: aumentar a tarifa de água em relação direta com o consumo.
Se omitir, tentar ganhar tempo, caso não chova só resta o racionamento.
Existe duas formas de evitar o racionamento:
- CHOVER no DF e muito;
- a SEGUNDA é aumentar a tarifa da água em proporção direta ao consumo. SUGESTÃO: até 10 metros cúbicos por mês, o metro cúbico permanece no preço que está; de dez a quinze metros cúbico passa para R$ 10,00 o preço do metro cúbico; de quinze a vinte metros cúbicos, R$ 20,00, cada metro; dos 20 a 30 metros, R$40,00 cada metro cúbico e acima dos 30 metros, R$ 80,00, cada metro cúbico.
Rollemberg é isto ou o impeachment.]
O brasiliense pode se preparar para o racionamento de água e até o
pagamento de mais taxas por causa do desabastecimento na capital do
país. O nível dos reservatórios do Distrito Federal é o pior dos
últimos 20 anos, e algumas cidades já sofrem com cortes. Se não chover, a
população só terá água para os próximos 73 dias. Com o objetivo de
evitar a situação, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento
do Distrito Federal (Adasa) intensificou a fiscalização de captação
irregular e não descarta a cobrança extra pelo consumo excessivo.
As
medidas vieram depois de vários dias quentes com tempo seco. O órgão
decretou estado de alerta — volume útil entre 40% e 21% — nos
reservatórios de Santa Maria e de Santo Antônio do Descoberto, locais
que abastecem quase 80% da população. A marca não alcançou o nível nem
em1996, ano em que chegou a 45%. A Adasa, agora, se preocupa em promover
a locação de água e ampliar a comunicação para conscientizar a
população. O diretor-presidente do órgão, Paulo Salles, afirmou que o
momento é de atenção. “Tentamos manter as coisas
funcionando. O brasiliense precisa mudar a cultura de desperdício e
observar que o nosso bem está se esgotando”. A recomendação é que a
população reduza o consumo: nada de usar a água tratada para lavagem de
veículos, garagens e calçadas, fachadas dos prédios, irrigação de
jardins e manutenção de piscinas.
Em razão dos baixos
níveis de captação e do aumento do consumo, locais como Brazlândia, São
Sebastião e Planaltina enfrentam problemas. A Companhia de Saneamento
Ambiental do Distrito Federal (Caesb) alega que tal medida se faz
necessária no momento de estiagem. Paulo Salles explica que esses
pequenos reservatórios sofrem com a seca há algum tempo e que a Caesb
pode diminuir a pressão e até suspender o fornecimento. “Isso não é
previsível e não é um problema insolúvel. Se até a próxima semana não
conseguirem resolver a situação de forma sustentável, a Adasa entrará
fixando horários de suspensão no fornecimento de água”, garantiu.
O
percentual de água nos reservatórios enfrentado pelos brasilienses é o
pior desde 1987. [com certeza em 87 o consumo de água no DF, consumo total, era inferior a metade do atual.] Normalmente, os níveis mais baixos chegavam próximo à
seca, nos meses de outubro e novembro, mas este ano a situação é
especial. “Estamos em meados de setembro e em estado de alerta. Acredito
que, seguindo as recomendações, é possível evitar um estado de
restrição de uso”, acredita o diretor. O reservatório de Santo Antônio
do Descoberto apresenta o volume útil de 40,3%, valor muito destoante do
registrado em abril do ano passado, quando o mesmo estava com um
volume de 93,37%. Já o reservatório de Santa Maria teve uma queda de
volume estimada em 41,95%, desde agosto de 2015. Apesar de Santa Maria
atender uma parcela menor da população e estar com danos menores, Paulo
Salles frisa que é necessário tratar os dois reservatórios com a mesma
preocupação.
Economia
A
estudante de direito Carla Teixeira, 20 anos, já toma algumas
precauções. Na casa dela, a ordem é economizar. “É uma situação
preocupante. Temos o exemplo de São Paulo, que há quase dois anos sofre
com desabastecimento de água. Por aqui, tomamos algumas medidas, como
evitar ficar com o chuveiro aberto em todo o período do banho”, detalhou
a moradora do Lago Norte. Segundo ela, a família também busca o
reaproveitamento. “Nós usamos a água gasta na máquina de lavar ou no
momento de lavagem do carro em outras atividades.”
A
economia também é vista em alguns condomínios. Alexandre Campos, 38, é
síndico de um residencial em Águas Claras. “Não é de hoje que estamos
tratando com cuidado a questão da economia de água. Primeiro, cuidamos
da estrutura, com a troca de registros e torneiras. Percebemos que
algumas apresentavam goteiras, o que fazia aumentar o uso”, detalhou. Em
meio aos trabalhos preventivos, os moradores também identificaram um
vazamento na caixa d’água subterrânea. “A correção foi feita. Diante
dessa situação de reservatórios baixos no DF, agora vamos reforçar com
cada unidade a importância de não desperdiçar água. É um trabalho de
conscientização nas 46 unidades do prédio”.
Torcida
Para
a promotora de Justiça Marta Eliana de Oliveira, titular da 3ª
Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio
Cultural (Prodema), a situação nunca esteve tão crítica. “Torcemos para
que a chuva venha logo. A Adasa está cautelosa com o volume hídrico de
20% e quer evitar o estado de restrição. A população, porém, tem papel
importante nesse processo”, aconselha. Marta comenta que a situação
fica mais evidente com o crescimento da demanda no DF. “A água não
consegue acompanhar a cultura do brasiliense de gastar. A promotoria
está preocupada, pois não vemos a população engajada na causa”. A Adasa
garante que, em um prazo de 30 dias, será criado um Grupo de
Acompanhamento com objetivo de avaliar a situação hídrica e discutir
diretrizes e ações adequadas para amenizar os efeitos da escassez
hídrica sobre os reservatórios.
Segundo o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), há a possibilidade de chuva acima do
normal para os próximos dias, a partir de 22 de setembro, mas isso não
garante que os volumes subam rapidamente. Ontem, houve registros de
precipitação em alguns pontos, como no Gama, em São Sebastião e em Santo
Antônio do Descoberto (GO). Pela segunda vez na semana, a cidade bateu
recorde de calor. Os termômetros alcançaram 34,9ºC, a temperatura mais
alta do ano na capital do país. A umidade caiu a 18%. Para hoje, a
mínima pode ficar em 19ºC, e a máxima, em 35ºC. A umidade relativa do ar
deve variar entre 70% e 25%.Fonte: Correio Braziliense