Quer dizer: não fosse pela exposição do inusitado nas manchetes, o Detran do DF seria administrado por alguém que processa judicialmente o órgão sob sua direção. Dito de uma maneira menos sutil: o escolhido de Rollemberg seria, a um só tempo, autor e réu da ação inaugurada em 2008. Abalroado pelo noticiário no sábado, o novo governador disse que não sabia do histórico de seu escolhido. Reafirmou sua confiança. Mas disse que se municiaria de informações. Horas depois, Antônio Fúcio tornou-se ex-quase futuro-diretor-do-Detran-DF.
Ouvido, o personagem atribuiu o acúmulo de multas ao fato de não ter transferido para Brasília um veículo que emplacara em Goiás. Com isso, segundo disse, as multas foram para o endereço errado. Quando o sistema foi unificado, as infrações teriam chegado de uma tacada. E ele diz que não reconhece todas elas. Daí o processo. Durante a campanha, Rollemberg disse que privilegiaria as nomeações de técnicos. Afora o excesso de multas, a familiaridade de Antônio Fúcio com o Detran é nula. Parte dos servidores do órgão ameaçava cruzar os braços. Politicamente, ele é primeiro-secretário do PSB-DF, o mesmo partido de Rollemberg.
Fonte: Correio Braziliense