Mundo afora eclode o debate sobre a contradição entre garantir, de um
lado, a vida por meio do amplo distanciamento social e, do outro,
garantir a vida por meio da manutenção da atividade econômica.
No curto prazo, as autoridades serão cobradas pela quantidade de vítimas da Covid-19, mas lá adiante elas serão cobradas pelo número de desempregados e empresas quebradas em consequência do draconiano congelamento da atividade social. Como o curto prazo costuma vir antes do longo, é inútil pedir aos governantes que invertam essa cronologia. A maioria dos que tentaram tiveram de recuar.
Vai prevalecer a psicologia social: as coisas vão começar a voltar ao normal não principalmente quando as autoridades mandarem, mas quando o medo da ruína superar o medo do coronavírus.
Será preciso acompanhar essa duas curvas para ver quando elas vão se cruzar. E, como diz a velha máxima, é provável que estejamos mais perto do fim do começo que do começo do fim.
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política