J. R. Guzzo
Saíram, afinal, os dados oficiais do Banco Mundial
para o desempenho da economia em 2022 e lá está: o Brasil cresceu mais
que a China, pela primeira vez em 42 anos.
O ex-ministro Paulo Guedes
já havia dito exatamente isso, em suas estimativas sobre a performance
da economia brasileira no ano passado; foi sepultado por uma avalanche
de reações indignadas por parte dos economistas de esquerda, analistas
de grandes bancos e mais do mesmo, todos convencidos de que o Brasil não
iria crescer nada, ou algo assim. Não só erraram na previsão; previram o
contrário do que aconteceu. É claro que nenhum deles fará qualquer
esforço sério para entender o que houve, e isso garante que a qualidade
das suas análises continuará a mesma de sempre. Fazer o que? O mundo das
previsões econômicas é assim mesmo. A vida continua.
Vale
a pena registrar, em todo caso, que os números do Banco Mundial colocam
mais um prego no caixão em que está enterrada eterna desculpa de Lula quando
assume a presidência da República – a de que recebeu uma “herança
maldita” do seu antecessor. Em todas as vezes que disse isso, a
realidade dos fatos era precisamente a oposta. Na verdade, Lula recebeu
um país muito bem arrumado do ponto de vista econômico, levando-se em
conta as circunstâncias mundiais e o efeito devastador que dois anos de
covid e de “fique em casa” tiveram no sistema de produção do Brasil.
A
inflação, abaixo de 6% ao ano, é menor que a da Europa e dos Estados
Unidos.
A taxa de desemprego, em 2022, recuou para cerca de 8% – o
melhor índice desde 2014. As reservas internacionais estão acima de 320
bilhões de dólares. As exportações bateram mais um recorde.
Os índices
de miséria, segundo o mesmo Banco Mundial, são os menores em vinte anos.
As empresas estatais, que segundo Lula estão “destruídas”, lucraram
mais de 250 bilhões de reais no ano passado. (Quem levou a Petrobras à beira da falência foram os governos de Lula e Dilma.) Vem, agora, a confirmação do crescimento econômico – 3,1% em 2022, um dos mais altos do mundo num momento ruim para todos.
“Herança maldita”? Onde? Herança maldita, na vida real, foi a que os governos do PT deixaram para Michel Temer
em 2016 – uma economia em ruínas, com a maior recessão que este país já
teve em sua história. Temer, denunciado como “golpista” por Lula,
simplesmente reconstruiu o Brasil destruído por Lula e Dilma;
= fez o
contrário, precisamente, do que é acusado de ter feito.
Os números reais, de
qualquer maneira, não vão desaparecer só porque Lula inventa uma
situação que não existe. Ficarão aí para sempre – e logo mais, queira
ele ou não queira, começarão a ser comparados com os números do seu
governo. A população brasileira terá, então, a oportunidade de ver com
os seus próprios olhos o que o novo presidente tem a apresentar no mundo
das realidades.
J. R. Guzzo,colunista - O Estado de S. Paulo