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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Jair Bolsonaro fez do JN sua ‘plataforma de tiro’

[a sinceridade e firmeza do presidente Jair Bolsonaro resultou em que  foi o atual deputado o único que conseguiu desarticular seus 'entrevistadores'.

A dupla Bonner & Renata tinha uma estratégia de fogo concentrado e alternado de forma a não dar espaço ao 'interrogado'.

Bolsonaro conseguiu sem esforço desarticular e com isso os dois 'adversários' perderam o rumo.

Resultado: "fez barba, cabelo ebigode"]

“A mesa é giratória, avisou William Bonner, recomendando a Jair Bolsonaro que ocupasse sua cadeira “com cuidado”. O capitão exonerou o anfitrião de suas preocupações: “Isso aqui tá parecendo uma plataforma de tiro de artilharia. Então, estou confortável aqui.” Elevado à categoria de mito por 22% do eleitorado, o imponderável carregava suas virtudes no coldre. Não tinha respostas a oferecer. Distribuiu rajadas. Mostrou que, bem treinado, adapta-se a qualquer cenário —ao Vietnã das redes sociais tanto quanto à trincheira da Rede Globo.

Bonner quis saber, por exemplo, como o entrevistado faria para combater a violência com “mais violência” sem ferir a “gente honesta e trabalhadora” que vive nas favelas brasileiras. Sem piscar e sem remorsos, Bolsonaro reiterou que o policial tem que ter licença para “ir com tudo para cima” dos bandidos. “…Se matar dez, 15 ou 20 —com dez ou 30 tiros cada um, ele tem que ser condecorado e não processado.” [enquanto a autoridade policial não for respeitada, seja pelo bandido ou favelado, a criminalidade vai continuar crescente.
Bandido tem que aprender que policia tem que ser respeitada e não apenas pelos bandidos.
Os moradores das favelas a partir do momento em que apoiam bandidos ganham o status de bandidos e como tal tem que ser tratados.]
Em certos momentos, Bolsonaro parecia não enxergar entrevistadores à sua frente. Não falava para Bonner e Renata Vasconcelos. Dirigia sua mensagem à plateia que o assistia em casa. Não chegou ao topo das pesquisas entregando-se a dúvidas ético-existenciais sobre o direito de um presidente de exterminar a bandidagem. A violência é o próprio pretexto para Bolsonaro. E o eleitorado do capitão, na frente do televisor, eliminando o inimigo sem sair do sofá. Matando de mãos limpas, com o auxílio luxuoso da “plataforma de tiro” do Jornal Nacional.

A surra que tomou de Marina Silva no debate da Rede TV! deixou Bolsonaro em estado de alerta. [do debate da Rede TV! da candidata evangélica pró aborto e pró maconha, a única lembrança que ficou  da Marina Silva, candidata do primeiro turno,  foi ser uma evangélica defensora do assassinato de seres humanos inocentes e indefesos - assassinado perpetrado sob o comando da própria mãe.] Treinado, foi à jugular de Renata Vasconcelos quando indagado sobre a desigualdade de gênero. Chegando ao Planalto, não fará nada para evitar que mulheres recebam contracheques 25% menores que os dos homens? [as mulheres passo a passo vão reduzindo a diferença, muitas já ultrapassaram aos homens; 
as mulheres estão tendo chances e sabem utilizar.]

Confrontado com suas contradições, Bolsonaro recorreu a uma velha tática de guerra: semeou a cizânia nas fileiras do inimigo. “Estou vendo aqui uma senhora e um senhor, eu não sei ao certo, mas com toda certeza há uma diferença salarial aqui, parece que é muito maior para ele do que para a senhora…” [salvo improvável engano o senhor ganha apenas quatro vezes mais que a senhora;
falamos de valores que alcançam milhares e milhares de reais, portanto, não estamos tratando que a senhora ganha dois salários mínimos e o senhor 8SM.
Os hipotéticos 8SM do senhor beiram os R$ 1.000.000,00.]

Antes que Bonner balbuciasse uma resposta, Renata viu-se compelida a tomar as rédeas da reação: “…Vou interromper vocês dois. Eu poderia até, como cidadã, e como qualquer cidadão brasileiro, fazer questionamentos sobre os seus proventos, porque o senhor é um funcionário público, deputado há 27 anos, e eu, como contribuinte, ajudo a pagar o seu salário. O meu salário não diz respeito a ninguém. E eu posso garantir ao senhor, como mulher, que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu.” [o debate ocorreu na terça e a senhora ontem continuava exercendo suas funções, que fora mínimas diferenças são iguais as do senhor.]

Como que decidido a evitar que a jornalista virasse uma segunda Marina Silva, Bolsonaro preocupou-se em dar a última palavra. Insinuou que há dinheiro público também nos vencimentos dos entrevistadores: “Vocês vivem em grande parte aqui de recursos da União. São bilhões que recebem o sistema Globo, de recursos da propaganda oficial do governo.” Bolsonaro não estava interessado em redimir-se de eventuais pecados. Convencido de que seus eleitores perdoam tudo, queria dividir culpas. Como pode se apresentar como um cultor de novas práticas se recebeu auxílio-moradia da Câmara mesmo tendo apartamento em Brasília?, quis saber Renata. E Bolsonaro: “Agora, vão me desqualificar por ter recebido auxílio-moradia, que é legal, como a ‘pejotização’ de vocês também é legal?”

Diante da insistência da entrevistadora, Bolsonaro aproveitou a audiência do telejornal mais assistido do país para divulgar um anúncio da sessão de imóveis: “Meu apartamento está à venda. Quem quiser comprar está à disposição. Agora estou morando num funcional”, disse, antes de insinuar novamente que os jornalistas também recorrem a subterfúgios legais para pagar menos imposto: “A forma de vocês receberem por PJ (Pessoa Jurídica) também é legal. Está na lei. E eu não estou criticando isso aí.”

Imunizado contra o veneno de sua dependência em relação ao economista Paulo Guedes, Bolsonaro ensaiara também a resposta para a previsível pergunta sobre os riscos de uma separação. Provocado por Bonner, o candidato injetou na resposta um sujeito oculto: Fátima Bernardes.  “Bonner, quando nós nos casamos —eu com a minha esposa, você com a sua— nós juramos fidelidade eterna. E aconteceu um problema no meio do caminho, que não cabe a ninguém discutir esse assunto. Duvido, pelo que conheço de Paulo Guedes, (…) que esse descasamento venha, esse divórcio venha a acontecer.”

E se acontecer? “O único insubstituível nessa história sou eu, que daí troca todo o ministério. Fora isso, se por ventura vier a acontecer, pode ter certeza, né?, que não será por um capricho meu ou o capricho dele. Que nós estamos imbuídos, eu e Paulo Guedes estamos imbuídos, em buscar dias melhores para o nosso Brasil. E nós não queremos uma aventura nesse processo.”

No final da entrevista, Bonner questionou Bolsonaro sobre a pregação intervencionista do seu vice, o general Hamilton Mourão. “Vou ler aqui a frase dele: ‘Os poderes terão que buscar solução. Se não conseguirem, chegará a hora que nós teremos que impor uma solução’. (…) Que solução seria essa que os militares teriam que impor ao Brasil?” E o capitão: “Isso aconteceu em 64, e na forma da lei…” Bonner perdeu até a noção do tempo: “Nós estamos em 2021, candidato.”

Bolsonaro ensaiou uma defesa do golpe militar. Bonner atalhou: “Os historiadores sérios se referem a 1964, candidato, como um golpe militar…” A cena seguinte deixaria o entrevistador surpreso. Repetindo algo que fizera em sabatina da Globonews, o capitão escorou sua retórica num editorial escrito pelo fundador do Grupo Globo há 34 anos. “O senhor vai repetir isso?”, reagiu Bonner. Bolsonaro não se deu por achado: “…Deixa os historiadores pra lá. Eu fico com Roberto Marinho, o que ele declarou no dia 7 de outubro de 1984, vou repetir aqui.” [A palavra, a ética, a moral de Roberto Marinho o  favorece em qualquer comparação isenta e JAMAIS  pode ser desconsiderada.]

Bolsonaro recitou de cor o texto de Marinho: “Participamos da revolução democrática de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, distúrbios sociais, greves e corrupção generalizada”. E completou: “Repito a pergunta aqui: Roberto Marinho foi um ditador ou um democrata? É a história…”

Está virando uma praxe. Pela segunda vez, o capitão empurrou a Globo para a defensiva. Assim como a sabatina da TV por assinatura, a entrevista no canal aberto terminou com uma nota de esclarecimento: “…O candidato Bolsonaro esqueceu-se, porém, de dizer que, em 30 de agosto de 2013, O Globo publicou editorial em que reconheceu que o apoio editorial ao golpe de 1964 foi um erro…” [uma manifestação apresentada  quase 30 anos após o pronunciamento de Roberto Marinho - o Brasil governado por uma quadrilha - jamais deveria sequer ser divulgada.]

Bolsonaro aproveitou a “plataforma de tiro” da Globo para disparar mensagens repetidas aos seus fieis. Com ridículos oito segundos no horário eleitoral que começará a ser veiculado no sábado, ganhou de presente 27 minutos de vitrine nacional. Usou o tempo para despertar a fidelidade dos seus eleitores às vésperas dos ataques que os adversários lhe farão na TV, especialmente o tucano Geraldo Alckmin. [Alckmin para o  debate de ontem pode até ter preparado uma estratégia para atacar Bolsonaro - só que esqueceu de prepara uma para se defender da dupla Bonner-Renata e com isso perdeu feio.

O Blog Prontidão Total apesar de ter apenas dois leitores vem defendendo - até agora sem que fatos o contestem - que o tempo de Bolsonaro na TV será multiplicado por suas aparições advindas de direito de resposta (recurso que lhe permite usar o tempo do adversário que o caluniar;e, Bolsonaro será vítima constante de calúnias) - o único recurso dos seus adversários para a tentativa inútil de desqualificar o capitão.
O importante é que Bolsonaro TEM VOTOS e são os VOTOS que elegem os candidatos.]

O sucesso de Bolsonaro é proporcional à decadência do sistema político. A dúvida é se o candidato conseguirá amplificar o discurso para além do cercadinho em que está confinado o seu rebanho.  Os convertidos que deram a Bolsonaro o prestígio que o levou ao Jornal Nacional parecem decididos a promover um encontro da política com os seus limites. Os adversários do capitão colocam a culpa no povo, que ainda não aprendeu a votar. [o povo que ainda não aprendeu a votar, não vota em Bolsonaro e sim nos Lulas, nas Dilmas, nas Marinas, nos Haddad e assemelhados.
O maravilhoso para o Brasil, para os brasileiros e até para os venezuelanos (que insistem em disputar empregos no Brasil, que tem 13.000.000 de desempregados) seria a possibilidade de uma fusão Bolsonaro x Alckmin, a soma seria perfeita para o Brasil recuperar sua economia, reduzir o desemprego, melhorar a educação, saúde e segurança.
Mas, para infelicidade do Brasil e dos brasileiros, tal possibilidade,  constitucionalmente,  não existe.] 

O diabo é que as pesquisas informam que o capitão está bem posto nos nichos mais escolarizados e endinheirados do eleitorado. Nesse universo, há muita gente que está tão ocupada fazendo a história que não consegue compreendê-la. Há pessoas que querem virar a página de qualquer jeito. Nem que seja para trás. O cardápio de candidatos estimula a autoflagelação.

Blog do Josias de Souza

[Nota do Blog Prontidão Total:
Ser réu não significa ser culpado.

Réu é apenas alguém que está sendo acusado da prática de determinado ato, a acusação de transformou em denúncia e esta foi recebida por um Juiz.

O mais puro dos inocentes pode ser acusado de uma prática criminosa, denunciado, ter a acusação recebida por um magistrado e se tornar réu e no julgamento ser absolvido - dependendo do caso podendo até processar seus acusadores.

SÓ APÓS o julgamento, sendo condenado, obviamente, passa à condição de condenado, podendo  sofrer as sanções legais, que incluem o impedimento a ser candidato.]