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quinta-feira, 22 de março de 2018

Polícia quer saber quem visitou 7º andar da Câmara no dia do assassinato de Marielle



Dois vereadores ligados a milicianos, Chiquinho Brazão e Zico Bacana, têm gabinetes no local

[assassinato ocorreu há vários quilômetros da Câmara Municipal do Rio.] 



Uma das principais linhas de investigação da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, ocorrida no dia 14, está apontada para o sétimo andar do prédio anexo da Câmara Municipal. A Delegacia de Homicídios da capital recolheu novas imagens do circuito interno de câmeras da Casa para saber quem esteve no local no dia do assassinato de Marielle e do seu motorista, Anderson Pedro Gomes. Dois vereadores ligados a milicianos, Chiquinho Brazão (PMDB-RJ) e Zico Bacana (PHS), têm gabinetes no sétimo andar. 





Policial militar, Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana, foi citado na CPI das Milícias como integrante do grupo organizado que atua nas favelas da Palmeirinha e da Eternit, ambas em Guadalupe. No ano passado, Zico homenageou dois militares do 41º BPM (Irajá), com uma moção de congratulações.  O 41º BPM foi alvo de denúncia publicada por Marielle nas redes sociais no sábado anterior ao seu assassinato, dia 10. "Precisamos gritar para que todos saibam o que está acontecendo em Acari neste momento. O 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari", escreveu a vereadora.





Naquele mesmo sábado, dia 10, a equipe da Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa havia ligado para o oficial de dia do 41º BPM para cobrar providências. No dia anterior, uma militante da rede de ativistas articulada com o gabinete de Marielle havia ligado para a comissão, para denunciar que duas supostas vítimas da ação da PM da favela de Acari, depois de mortes, teriam sido jogadas no valão da localidade. Como a denunciante não tinha anotado os prefixos das viaturas do Batalhão que agiram em Acari, a denúncia não teve andamento.

O gabinete do vereador Zico Bacana informou que o político, assim como outros vereadores da Casa, homenageia diversos policiais militares de vários batalhões diferentes, inclusive PMs do 41º BPM. O gabinete também repudia qualquer acusação. "Repudiamos qualquer associação com o caso. Confiamos na apuração da Polícia Civil." Já o gabinete do vereador Chiquinho Brazão informou que no dia da morte de Marielle, o vereador não compareceu ao escritório, não tendo, portanto, recebido qualquer visita.

O Globo